O índice de desempregados chega a quase 15 milhões e, mesmo em dias melhores, a pandemia continua assolando o mercado de trabalho do Brasil. Com a saúde mental afetada e outros problemas ativados, as pessoas se esforçam no dia-a-dia para levar o pão para casa e manter a sanidade em todos os âmbitos. Estes dados reforçam um cenário crítico, mas também estimula mudanças no comportamento de profissionais e empresas. É o que mostra Dario Paixão, diretor da Escola de Administração Pública do IMAP, da prefeitura de Curitiba, durante a WTM-LA 2021.

Durante a palestra na qual fala sobre empregabilidade no futuro, o executivo começou com as mudanças no mercado turístico. A adaptação das empresas ao home office e o “fim” dos escritórios é uma das tendências que nos próximos anos pode se consolidar.

“A empregabilidade é a capacidade que o profissional tem de competir na sua área. Isso acontece aplicando suas características no mercado por meio de qualidades individuais que gerem renda e trabalho”, explica Paixão.

WTM-LA: empregabilidade e turismo

Na prática, a ideia da apresentação realizada hoje (12) na plataforma da WTM-LA é estimular a adaptação ao novo turismo, tendo em vista o impacto da pandemia nas práticas anteriores do setor. É importante pensar o mercado por meio de um prisma diferente. Uma forma de fazer isso é prestando mais atenção nas novas tecnologias.

“Em levantamento do FEM (Fórum Econômico Mundial), foi identificado que entre 11% e 23% da população perderá o emprego para robotização e inteligência artificial até 2030. Isso nos traz dificuldades, mas temos também o crescimento da cultura do bem servir, que precisa do contato e relacionamento humano”, diz. É, neste caso, que Paixão coloca a ampliação da empregabilidade como necessidade para o profissional continuar com seu espaço no mercado de trabalho.

O que embasa essa informação é o fato do FEM também identificar que 74% dos profissionais afirmam que precisam buscar atualização e conhecimento. “O desenvolvimento profissional é infinito e ilimitado. Não conhecemos nossos limites e é neste fato que precisamos nos espelhar quando o assunto é se informar. A colocação em empresas, principalmente do turismo, precisa dessa inquietude”, salienta.

WTM-LA

A adaptação das empresas ao home office e o “fim” dos escritórios é tendência

Habilidades

Por fim, Paixão cita características individuais que podem contribuir para melhorar a presença no mercado de trabalho. Ele separa em dois grupos os principais atributos que podem ajudar nesta missão: soft skills e hard skills.

Soft skills

É o que não se coloca no currículo e se mostra na prática. Aptidões mentais, emocionais e sociais e que, atualmente, pode qualificar profissionais para qualquer trabalho, inclusive no turismo.

Hard Skills

Ao contrário da primeira, são as características adicionadas ao currículo. Dotes técnicos, qualificações e certificados que compõem sua experiência formadora e estritamente profissional. Também podem quantificar as qualidades que o recrutador procura.

(*) Crédito da capa: Floriane Vita/Unsplash

(**) Crédito da foto: Reprodução