A maioria dos relatórios de ESG (Environmental, Social and Governance) inclui as aspirações de uma empresa para reduzir emissões de carbono, combater o aquecimento global e promover viagens sustentáveis. Mas, na indústria de viagens, parece haver pouca consideração por esse ponto. Isso porque apenas uma em cada dez companhias está priorizando esses pontos, revela o Skift.

E há uma explicação lógica para isso. Com a crise econômica e instabilidade global, o foco segue em reduzir custos nas empresas de viagens e, por esse motivo, a agenda ESG terá que esperar um pouco. Segundo pesquisa da GBTA (Global Business Travel Association), as empresas estão fazendo pouco esforço para rastrear e reduzir as emissões de carbono em seus programas de viagens. A entidade aponta ainda que somente 6% das companhias pagam mais por viagens sustentáveis.

O levantamento mostra que apenas 8% dos quase 150 gerentes de viagens entrevistados disseram que as viagens sustentáveis são uma prioridade. Qando questionados se a liderança sênior das companhias considerava o assunto urgente, apenas 12% concordaram. Além disso, somente 5% dos gerentes de viagens pontuaram que a implementação de práticas e políticas relacionadas à sustentabilidade era uma atividade na qual passavam mais tempo.

“No entanto, é provável que a sustentabilidade se torne uma prioridade maior, pois a indústria (incluindo seus clientes e parceiros) tende a valorizar mais esse ponto. Por outro lado, o temor de uma recessão iminente e possíveis consequências ao setor de viagens, a prioridade número um a surgir foi promover economia de custos e gerenciar a experiência do viajante, segundo o relatório.

 

Outros insights

A pesquisa também mostra que 80% das empresas globais não estão conseguindo estabelecer metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono em viagens corporativas. Segundo o ranking Travel Smart Campaign, apenas 50 de 322 empresas estabeleceram metas de viagens sustentáveis. Das que têm metas, quatro se comprometeram em reduzir as emissões em 50% ou mais até 2025 ou antes.

Estima-se que as emissões de carbono representem dois terços do aquecimento climático total causado pelo voo, mas poucas empresas as calculam, aponta a Transport & Environment.

(*) Crédito da capa: Mantas Hesthaven/Unsplash