Seguindo uma tendência global, as viagens corporativas brasileiras retomam o ritmo de 2019. De acordo com um levantamento divulgado hoje (31) pela Abracorp (Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas), o segmento faturou R$ 11,204 bilhões no ano passado — ficando apenas 1,62% abaixo quando comparado ao desempenho pré-pandemia, quando o setor acumulou R$ 11,389 bilhões.

A cifra aponta para uma recuperação consistente dos impactos gerados pela Covid-19, deixando a crise cada vez mais no passado. No terceiro trimestre de 2022, as viagens corporativas haviam registrado receita de R$ 3,3 bilhões.

Em dezembro do ano passado, o setor movimentou R$ 925 milhões — 26% acima do mesmo período em 2019. Dentre os segmentos analisados, sete superaram seus desempenhos frente à pré-pandemia, enquanto quatro apresentaram recuo.

Segmentos em destaque

Os maiores destaques em 2022 frente a 2019 foram: locação de veículos, com alta de 83%; e rodoviário, com incremento de 117% em receita. “A expectativa é que em 2023 possamos repetir o desempenho do ano passado. A certeza é que esses itens manterão sua relevância no painel de viagens corporativas”, avalia Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

Já no aéreo, a queda de demanda em viagens a negócios foi de 34%. Informações da CIRIUM SRS ANALYSER 1 — parceira de dados da Abracorp — indicam que só na ponte aérea Congonhas/Santos Dumont, as companhias reduziram suas ofertas em 17%. Na rota GRU/MIA, o recuo foi de 22% quando comparado a 2019.

Tanabe salienta que 2022 foi um ano de oscilações, fugindo de tendências históricas de faturamento. ”Acredito que este ano o desempenho de nossa indústria será mais previsível”.

O incremento na receita também foi impulsionado pelo aumento do tíquete médio. Ou seja, embora haja menos pessoas viajando, os preços subiram, principalmente nas passagens aéreas. Por outro lado, foi observado que a gestão de viagens teve aumento na antecedência de compras em relação à data da viagem. Tal fator atenua os valores das passagens consideravelmente.

“Esse movimento cresceu 18% em 2022, contribuindo para que a média tarifária não fosse mais alta ainda”, salienta Tanabe.

(*) Crédito da foto: Unsplash