De acordo com levantamento da GBTA (Global Business Travel Association), as viagens corporativas globais devem ter aumento considerável em 2023, aponta o Hotel News Resource. Essa estimativa baseia-se no fato de que este ano terá maior número de equipes dispostas a viajar a negócios, além de maior propensão a gastos no setor.

Segmentos como finanças, seguros, serviços profissionais e consultoria estão mostrando sinais mais fortes de crescimento em despesas com viagens corporativas. Apesar dos possíveis desafios econômicos e incertezas em torno do pós-crise na China – maior mercado nas viagens de negócios – o setor permanece otimista sobre a recuperação contínua e a disposição dos funcionários de viajar a trabalho.

“A GBTA coninua a se basear nas diversas perspectivas e percepções coletivas de todo o nosso setor para acompanhar de perto o estado de evolução das viagens corporativas globais. O retorno desse fluxo varia entre regiões, setores e empresas. E apesar das preocupações globais contínuas de uma recessão, a maioria dos gerentes indica que suas empresas estão antecipando mais viagens do que no ano passado”, afirma Suzanne Neufang, CEO da associação.

Realidade brasileira

Segundo dados da Abracorp (Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas), o segmento faturou R$ 11,2 bilhões no ano passado, ficando apenas 1,62% abaixo quando comparado ao desempenho pré-pandemia, quando atingiu R$ 11,3 bilhões.

De acordo com a entidade, o resultado aponta para uma recuperação consistente e contínua dos impactos causados pela Covid-19, deixando a crise cada vez mais no passado. “A expectativa é de que em 2023 possamos repetir o desempenho do ano passado”, afirma Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.

GBTA: principais insights

A pesquisa da GBTA aponta que três em cada quatro (78%) gerentes de viagens corporativas esperam que sua empresa faça muito mais (22%) ou mais (55%) viagens de negócios em 2023, frente ao ano passado. Além disso, apenas 15% acreditam que verão os mesmos níveis de viagens de negócios de 2022 e 7% esperam menos ou muito menos viagens.

Um esmagador 90% dos entrevistados acredita que seus funcionários estão dispostos a viajar a trabalho, enquanto 88% relatam sentir-se mais otimistas sobre o caminho para a recuperação.

Assim, os fornecedores de viagens esperam mais gastos por parte de seus clientes corporativos. Quase nove em cada dez deles (86%) esperam que essas despesas sejam muito maiores (26%) ou um pouco maiores (60%) no comparativo com o ano anterior. Apenas 9% dizem que os gastos serão menores do que em 2022 e 15% esperam o mesmo nível de despesas.

Neste sentido, os segmentos que tiveram maior destaque foram finanças e seguros (34%), profissionais, consultores, científicos e técnicos (32%) e software, hardware e tecnologia (25%). Completando o mix de gastos, estão as viagens de atendimento ao cliente (14%), treinamento ou desenvolvimento de funcionários (9%), e reuniões de fornecedores (6%).

Em média, os comparadores de viagens estimam que o nível atual de reservas domésticas de suas empresas retornaram a 67% dos níveis pré-pandêmicos. As viagens corporativas internacionais continuam a ganhar terreno, com os compradores dizendo que as reservas se recuperaram 54% do nível anterior à crise sanitária.

Quanto à segurança das viagens, 56% dos entrevistados disseram que apoiam políticas que exijam teste negativo para Covid-19 ou prova de recuperação recente para entrar em países como a China, que adotou uma política mais severa de restrições.

(*) Crédito da capa: Briana Tozour/Unsplash