Com mais de 30 anos de experiência nos setores de turismo, hotelaria e eventos, Ricardo Aly se dedicou 23 deles exclusivamente ao segmento de hospedagens. Em sua carreira, dirigiu diferentes empresas do ramo no departamento de vendas e marketing.

Atualmente, é proprietário da RA Marketing Estratégico, especializada em impulsionar negócios e treinamento de pessoas, tema inclusive da sua palestra no Conotel do ano passado. Para Aly, mesmo que a vacina ainda não seja realidade no Brasil, a hotelaria precisa se preparar o quanto antes. “Sabemos que a vacina é um meio e não fim da pandemia, mas de certo que ajudará bastante o movimento de hóspedes para os hotéis. Penso que o setor de vendas já esteja preparado, me espantaria o contrário”, comenta em entrevista ao Hotelier News.

Em sua carreira, tem passagens pela Bourbon Hotéis & Resorts, Hplus Hotelaria, IHG (InterContinental Hotels Group), Blue Tree Hotels, Royal Palm e Accor. Do lado pessoal, tem como hobby viajar, ler e se exercitar. Aly também é amante de filmes e peças de teatro.

Três Perguntas para: Ricardo Aly

Hotelier News: Com a chegada da vacina cada vez mais próxima, como o setor de vendas deve se preparar para 2021?

Ricardo Aly: Sabemos que a vacina é um meio e não fim da pandemia, mas de certo que ajudará bastante o movimento de hóspedes para os hotéis. Penso que o setor de vendas já esteja preparado, me espantaria o contrário. Para clientes corporativos, foco dos heavy users para oferecer pacotes de serviços com valor agregado para os top 20. Caso o hotel não tenha essa base, recomendo adotar outro critério. Avaliação da carteira através da curva ABC e ações para clientes AB por meio de levantamento das necessidades de hospedagens para 2021 e entender profundamente como será o fluxo de compra e utilização. Ser flexível nas negociações, concentrar esforços para atender os segmentos de mercado que não pararam durante a crise e reativar de imediato o site inspection e relacionamento. Para os clientes de eventos, reativar o relacionamento com a cadeia produtiva, cliente final e agências, além de entender o novo comportamento de consumo de eventos, se serão presenciais ou híbridos. No caso do lazer, rever acordos com operadoras e incrementar visitas às agências.

HN: Ainda que a retomada já tenha tido início, a pandemia impactou diretamente nos hábitos de consumo do turista. Como reconquistar sua confiança e trazê-lo de volta?

RA: Entendo que o fator segurança seja o mais importante a ser trabalhado. O novo consumidor ficará mais atento aos procedimentos voltados para segurança da saúde dele, da família e colaboradores de suas empresas, como limpeza, kits de higiene etc. A operação precisa ser muito cautelosa para manter o distanciamento entre as pessoas e diminuir gradativamente até que chegue a sua nova normalidade. O Revenue Management terá um grande desafio e o seu papel é fundamental para ajudar o departamento de vendas e operações nas tomadas de decisões.

HN: Quais as tendências que hoje crescem no setor?

RA: O segmento de lazer é o que saiu na frente dos demais. É possível ver que a hotelaria logo se enquadrou nas exigências e normas. Algumas tendências que devem permanecer pós pandemia são: o aumento da procura por experiência por parte dos hóspedes, desde a reserva até o check-out; tecnologia cada vez mais em alta; aumento da banda larga dos hotéis e isenção da cobrança do consumo deste serviço; mudanças bruscas nas relações entre hotéis, canais de distribuição e clientes, principalmente na questão preço e equiparação; aumento das vendas diretas; hotelaria mais intimista e aumento da diversidade de apps, aquele que entregar mais rápido a reservas e informações úteis, leva o cliente.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hplus Hotelaria