Em tempos de retomada, além de uma boa gestão, a hotelaria exige muito do departamento de vendas. À frente do setor no Eco Resort & Golfe Clube dos 500, Raul Monteiro tem vasta expertise na área. Atuando no empreendimento há seis meses, o gerente tem grandes desafios pela frente: impulsionar as reservas e reposicionar o produto no mercado.

Natural de Olinda e criado em São Paulo, o executivo iniciou sua trajetória no turismo em 1991 na Varig, vendendo locação de carros no Aeroporto de Guarulhos. Foi naquele momento que o encantamento com o setor comercial aconteceu. “Comecei a entender como funcionava a área para chegar ao consumidor final e nunca mais sai desse meio”, conta.

Em extensa carreira no turismo, teve passagens por empresas como Royal Caribbean e Flytour. Sua relação com a hotelaria começou no Tivoli Eco Resort Praia do Forte e, mais tarde, no SuperClubs dentro da Costa do Sauípe, na época o primeiro produto all inclusive do país. “Foi um momento fantástico, pois o mercado nacional ainda não conhecia esse modelo. Viajei o Brasil inteiro divulgando para agentes e operadores. Foi uma das melhores experiências profissionais que já tive, pois era algo novo dentro de um mercado que tinha muito a crescer nesse formato”, relembra.

Monteiro ainda atuou na Accor e Iberostar, onde permaneceu por 10 anos. “Saí com a missão de dever cumprido, Tive uma equipe fantástica e, quando o time entende onde você quer chegar com o produto, a probabilidade de sucesso é enorme. Posso dizer que tive sorte, pois sempre atuei com pessoas trabalhando nessa visão”, salienta o gerente.

Antes de ser convidado pela HotelCare para integrar o time de vendas do Clube dos 500, o executivo ainda teve uma breve contribuição na GJP Hotels & Resorts. “Em julho, o Jeferson Munhoz me chamou para trabalhar com ele no desenvolvimento do resort. É um empreendimento que vai completar 70 anos com uma história e cultura impressionantes”.

Três perguntas para: Raul Monteiro

Hotelier News: O clube dos 500 agora se posiciona como eco resort. Como isso alterou a forma de vender o empreendimento?

Raul Monteiro: Identificamos o potencial do produto para esse novo posicionamento pela área verde, tranquilidade e lazer. Fizemos algumas mudanças nos últimos seis meses como a implantação da pensão completa, novo menu, decoração dos quartos e atividades para crianças e adultos. Estamos em fase inicial, mas é um processo que vem sendo feito há seis meses. Sou auditor da Resorts Brasil e o Clube dos 500 tem todos os requisitos para se posicionar como eco resort no mercado. Em breve, vamos ter o feedback dos próprios hóspedes que já conheciam o hotel.

HN: Diante do novo momento do mercado, o que esperar do time de vendas? Como comercializar de forma mais assertiva?

RM: Todos os gestores estão de olho nesse novo momento que estamos vivendo. Sabemos que o presencial é importante, como fazer visitas para os parceiros entenderem melhor o produto. E isso não vai acabar, estamos passando apenas por um momento de paralisação. No online, conseguimos atingir um número maior de agências e operadoras. Temos procurado associações como Aviesp e Abav, por onde conseguimos conversar e fazer treinamentos para associados, mostrando que o hotel está aberto e funcionando com todos os protocolos de segurança assinados por hospitais renomados. Cada treinamento online capacitamos de 40 a 50 agências e convidamos alguns agentes para conhecer o Clube dos 500, respeitando todas as regras de distanciamento. A partir de setembro, começamos a ter bons resultados e observamos um crescimento no faturamento.

HN: Quais foram as principais lições aprendidas com a pandemia para o departamento?

RM: A pandemia trouxe muitas lições, não só no lado profissional, mas também no pessoal. Me conheço muito melhor e estou mais próximo de amigos e familiares. Percebemos que é possível viver com menos, pois a crise resultou em reajustes de salários para todos. Você passa a ficar mais solidário, a enxergar melhor a necessidade do outro. Já para o mercado, os clientes estão exigentes com os protocolos e essa preocupação é visível. Eles querem saber para onde estão indo e precisam se sentir seguros. Os colaboradores saíram de suas zonas de conforto e tiveram que se adequar, o que acabou sobrecarregando muita gente.

(*) Crédito da foto: Divulgação/HotelCare