Natural de São Paulo, Juliana Salles é casada e mãe de pet declarada. Apaixonada por cachorros, a gerente executiva da Resorts Brasil não deixa sua beagle de nove meses de lado quando o assunto é aproveitar o tempo com a família.

Formada em Hotelaria pelo Senac-SP e pós-graduada em Marketing pela ESPM, Juliana iniciou sua trajetória profissional em um programa de intercâmbio na Disney. Em seguida, atuou como estagiária do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), onde despertou sua curiosidade pela área de desenvolvimento de hotéis.

“Consegui uma oportunidade para atuar na Intercity na área de novos negócios e passei também pelo mesmo departamento da Rede Othon, quando me mudei para o Rio de Janeiro”, conta a gerente.

Juliana ainda atuou como consultora hoteleira com foco no desenvolvimento de novos projetos. De volta a São Paulo, a executiva voltou a trabalhar em associações, assumindo o posto da Resorts Brasil.

A gerente da entidade também marcará presença no Hotel Trends Orçamentos, que será realizado no dia 21 de agosto, no Novotel Morumbi, trazendo insights sobre o segmento de lazer do Radar Resorts Brasil.

Três perguntas para: Juliana Salles

Hotelier News: Recentemente, a Resorts Brasil apresentou sua cartilha ESG para o mercado. A entidade percebeu a movimentação dos associados em suas agendas de sustentabilidade? A iniciativa impactou os membros efetivamente?

Juliana Salles: A Resorts Brasil iniciou um movimento de ações de sensibilização e troca de experiências em ESG no final de 2021. Ao longo de 2022, fizemos uma série de ações e os principais temas debatidos foram incluídos na Cartilha ESG. Temos visto uma repercussão muito legal do material entre nossos associados e no mercado também. Mas, entendemos que a Cartilha é o início de uma jornada no tema. Por isso, neste ano, formamos um Comitê de ESG entre nossos associados para refletir e direcionar os próximos passos da Resorts Brasil. Nossa meta é sair de ações conceituais e entrar em iniciativas que ajudem os associados a partir para a prática. Nesse sentido, os dois projetos que desenhamos com o Comitê terão início em agosto de 2023, com o objetivo de ajudar na formação dos profissionais e na aceleração da agenda ESG dos resorts. Os projetos são:

– Programa de Formação de Talentos ESG para Hotelaria, em parceria com a Arbache Innovations, em certificaremos uma turma de 70 profissionais,

– e a Jornada ESG para Resorts, que conta com a parceria da GKS Negócios Sustentáveis, e tem o objetivo de fazer uma análise diagnóstica da maturidade do segmento de resorts no ESG. Para os empreendimentos que desejarem, será oferecido um plano de ação personalizado construído com apoio da GKS ao longo de três a quatro meses e com base no diagnóstico de cada um dos resorts.

A Cartilha ESG certamente deu base para chegarmos a essas novas iniciativas e temos a intenção de continuar essa jornada de ações no ano que vem.

HN: Outras iniciativas, como o Radar Resorts Brasil, dependem da colaboração dos empreendimentos para acontecer. De que forma a associação busca engajar seus membros para participar ativamente dos conteúdos?

JS: Sempre falamos para os nossos associados que as todas as nossas inciativas dependem do engajamento deles. A associação só acontece se houver esse interesse coletivo em compartilhar e colaborar para um crescimento conjunto. Temos sentido um crescimento constante nesse empenho e é super gratificante para a equipe da Resorts Brasil.

O Radar Resorts Brasil é uma iniciativa importante para apresentar o desempenho do segmento e contamos com parceiros importantes para viabilizar a entrega do relatório (myHotel, STR, Senac e JLL). Existem seções do estudo que dependem de fato da contribuição de dados por parte dos associados e vimos que já evoluímos na amostra da primeira edição para cá. Junto com a divulgação de cada Radar, realizamos webinars internos com um detalhamento maior de dados e aos poucos sentimos que os associados vão se sensibilizando sobre a importância de participar.

Para ajudar no engajamento, contamos também com o próprio esforço dos associados que já contribuem, que muitas vezes, conversam com seus colegas de segmento.

HN: O segmento de resorts vem conseguindo bons resultados, mas o retorno à sazonalidade pós-pandemia é inevitável. Quais as expectativas para o segundo semestre?

JS: No pós-pandemia, observamos que havia uma demanda reprimida grande tanto para viagens de lazer como para eventos. Isso contribuiu bastante para que o setor iniciasse uma recuperação das perdas. No entanto, o nosso mercado é cíclico. Nos últimos meses, já temos percebido sinais de estabilização e os nossos associados ainda estão com muitas incertezas para o segundo semestre. Diante desse cenário, entendemos que é o momento de direcionar o olhar cada vez mais para a experiência do cliente, buscando manter o interesse contínuo dos hóspedes de lazer e clientes de eventos nos resorts. Nesse sentido, temos oportunidades ainda de ampliar nossa atuação coletiva em dois temas bem importantes: sustentabilidade e inovação.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Resorts Brasil