A expectativa era grande e não era para menos, afinal, trazer um festival com a chancela do Rock in Rio para São Paulo era uma demanda antiga do turismo paulistano. Em sua primeira edição, o The Town cumpriu sua promessa de movimentar a economia da maior cidade do país, impactando o comércio local e, claro, o setor hoteleiro.

Os números superlativos traduzem o tamanho da demanda de público para assistir apresentações nacionais e internacionais em cinco dias de evento. No total, meio milhão de pessoas passaram pelo festival, gerando um impacto econômico de R$ 1,7 bilhão, 20 mil empregos e 85% de ocupação hoteleira, de acordo com dados da organização do The Town, prefeitura de São Paulo e FGV (Fundação Getulio Vargas).

O governo paulista atuou com força na segurança pública, com mais de 500 policiais militares, além de polícia turística; no transporte, 237 mil pessoas usaram os serviços usuais da CPTM e metrô para se deslocarem até Interlagos, e mais 237 mil usaram o serviço expresso, sem interrupção na madrugada.

“O Estado de São Paulo foi desafiado a realizar um evento de enormes proporções e superou todas as expectativas. Sem dúvidas houve um ganho de imagem e a certeza de que a hospitalidade e a qualidade dos nossos serviços farão os turistas retornarem”, afirma Roberto de Lucena, o secretário de Turismo e Viagens de São Paulo.

“São Paulo se solidifica como uma das maiores cidades do mundo em eventos, tanto de entretenimento quanto de automobilismo. Acho que agora a gente passa por uma posição mundial, diria de primeira colocada em tudo o que é evento”, comenta Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.

marcel marin

Tangará hospedou artistas e equipes

Hotelaria celebra alta ocupação

Os dados da prefeitura reiteram a previsão da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo), que já sinalizava ocupação acima dos 85% para o período do The Town — entre 2 e 10 de setembro.

A entidade não divulgou seu balanço oficial ainda, mas Roberto Gracioso, membro do Conselho da associação, adianta que o saldo é positivo. “Grandes eventos como o The Town sempre impulsionam a hotelaria, principalmente aos finais de semana. A cidade como um todo se beneficia”, afirma em entrevista ao Hotelier News.

Marcel Marin, diretor de Vendas do Palácio Tangará, comemora a ocupação máxima dos quartos. “O Palácio Tangará está envolvido com o The Town desde seu lançamento, que aconteceu conosco em novembro de 2021. É um imenso prazer acompanhar um projeto tão grande e tão importante para a cidade de São Paulo desde o seu primeiro dia”, conta.

O hotel de luxo observou incremento de 30% na ocupação, atingindo quase 100% antes, durante e depois do festival. “Recebemos não apenas músicos que vieram se apresentar, como também suas equipes, patrocinadores e hóspedes que vieram para assistir ao festival. Além de todo o luxo e conforto que um hotel Oetker Collection oferece, a localização do Palácio é muito boa para quem tem que se deslocar até Interlagos, o que nos beneficia diretamente”, acrescenta Marin.

O Laghetto Stilo São Paulo sentiu diferenças de uma semana para outra, com impacto também causado pelo feriado da Independência. “A primeira semana foi mais fraca do que a segunda. No primeiro final de semana, geramos 80% de ocupação, enquanto no segundo o indicador chegou a 90%. Já a diária média subiu consideravelmente, com um salto de R$ 600 para R$ 750 no período do The Town”, explica Antônio Britto, gerente geral da propriedade.

No Intercity Ibirapuera, a ocupação média chegou a 70% nos dias de apresentações em Interlagos, entretanto, Flavia Cavalcanti pontua que o hotel recebeu outros eventos no período. “Deste total, 46% do público era direcionado ao festival. Sobre a diária média, atingimos os R$ 629”, destaca a gerente geral.

E não foi apenas a hotelaria que sentiu a movimentação causada pelo Rock in Rio paulistano. No segmento de short-term rental, resultados expressivos apareceram, principalmente no segundo final de semana.

Na B.Homy, a ocupação chegou a 97%. Nos dias 8 e 9, a administradora de imóveis estava sem unidades disponíveis. A diária média subiu entre 45% e 60% – dependendo do final de semana comparado.

“Comparando com outros eventos, como Lollapalooza e Coldplay, tivemos ocupações similares, porém ficamos 18% acima em diária média comparada ao do Lolla e 21% em relação ao Coldplay. A Paulista foi a região com maior ganho de diária média e o Centro foi a menor”, revela William Astolfi, fundador e CEO da B.Homy.

A organização do festival anunciou a próxima edição em 2025 na Cidade da Música, em São Paulo.

(*) Crédito da capa: Alan Morici/Setur-SP

(**) Crédito da foto: Divulgação/Palácio Tangará