O mês de dezembro foi marcado por queda de ritmo no setor de serviços. A atividade do segmento teve o menor desempenho em 19 meses, segundo a pesquisa PMI ( Índice de Gerentes de Compras). O resultado é fruto de cortes de emprego, distrações políticas por conta dos desdobramentos das eleições e paralisações durante os jogos da Copa do Mundo.

De acordo com o levantamento da S&P Global, divulgado pela Folha de São Paulo, o PMI de Serviços caiu a 51,0 em dezembro após registrar 51,6 em novembro. Contudo, o setor ainda ficou acima da linha dos 50, que separa crescimento de contração. A pesquisa ainda aponta que algumas empresas firmaram parcerias bem-sucedidas, além de demonstrarem resiliência de demanda.

“O desempenho do setor de serviços do Brasil decepcionou no final de 2022, especialmente considerando que começou o ano com força”, afirma Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Markit.

Mesmo com as distrações de fim de ano, fornecedores do setor de serviços sinalizaram aceleração do crescimento de novos negócios em relação à mínima de um ano e meio observada em novembro.

Confiança dos serviços

A pesquisa revela que a confiança em relação aos próximos 12 meses cresceu, após atingir o menor índice em 13 meses em novembro. Empresas do setor esperam uma taxa de inflação mais contida, novas oportunidades de investimento e maior clareza quanto às políticas públicas.

O cenário é diferente do analisado pela FGV-Ibre, que apontou queda na confiança do setor de serviços em dezembro, chegando a 92,2 pontos — menor índice desde fevereiro de 2021.

Em contrapartida, a SP&Global afirma que os empresários enxugaram seus quadros de funcionários pela primeira vez em 19 meses devido aos cortes de custos e reestruturações. As empresas alegaram aumento de gastos operacionais por conta do dólar, pressões salariais, preços elevados de materiais e empréstimos.

(*) Crédito da foto: blakewisz/Unsplash