A taxa Selic do Brasil não sobe desde junho de 2022, mas o país continua no topo do ranking global de juros reais, segundo levantamento do MoneYou e Infinity Asset Management. Em decisão publicada ontem (3), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros inalterada, em 13,75% ao ano.

Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,32%, segundo o último boletim Focus, os juros reais ficaram em 6,82%. A taxa é suficiente para manter o Brasil encabeçando a lista, ficando acima de México, Colômbia, Chile e Filipinas, aponta o G1.

Considerando os juros nominais, ou seja, sem descontar a inflação, a Selic brasileira ficou na segunda posição, atrás apenas da Argentina, onde o percentual é de 91%, porém a hiperinflação derruba a taxa real. Abaixo do Brasil na lista, estão países como Colômbia, Hungria, Chile, México e Turquia.

Cortes na Selic

Recentemente, tem ganhado força a expectativa do mercado financeiro de que os cortes na Selic terão início em agosto ou setembro. Para o fim deste ano, a mediana das projeções indica que a taxa cairá para 12,5%. Por outro lado, David Beker, chefe de Economia para o Brasil e de Estratégia para a América Latina do BofA (Bank of America), diz que há riscos significativos de o Copom postergar o ciclo de cortes nos juros.

Ele pontua, ainda, que há espaço para uma redução imediata da taxa básica de juros diante da estabilidade das expectativas de inflação, do arrefecimento do indicador e do aperto nas condições de crédito.

(*) Crédito da capa: Pedro Ladeira/Folhapress