Com quatro propriedades em Belo Horizonte e uma em São Paulo, a Royal Hotéis finalizou 2023 com resultados acima do esperado. Além de uma surpreendente demanda de lazer em suas unidades — que tem como principal público o corporativo — a rede também colheu frutos de seus investimentos em modernizações.

Foram cerca de R$ 2 milhões em retrofits nas acomodações de seus cinco hotéis e mais R$ 1 milhão em melhorias nas infraestruturas dos prédios. Em entrevista à reportagem do Hotelier News, Javier Chabot, superintendente de Operações da Royal Hotéis, revela que, em 2024, o grupo pretende desembolsar mais R$ 5 milhões. “Ainda não finalizamos as reformas nos apartamentos. Estamos modernizando gradativamente para não haver impacto na experiência do hóspede”.

No cargo desde setembro do ano passado, Chabot afirma que 2023 consolidou a recuperação da rede em termos de diária média, enquanto a ocupação segue em ritmo mais desacelerado frente ao ano passado.

“Finalizamos 2023 com diária média de R$ 385, 43% acima do que foi em 2022. Já a ocupação ficou 4% abaixo, chegando a 64% na média anual, ainda que seja um bom resultado”, revela o superintendente. “Para 2024, esperamos um ritmo mais lento de crescimento”, acrescenta.

A queda na demanda Chabot direciona à retomada das viagens corporativas, ainda abaixo dos níveis pré-pandêmicos. “Muitas empresas ainda não voltaram ao mesmo ritmo. Em Belo Horizonte, a realização de grandes eventos em 2024 auxiliará na recuperação”, avalia o executivo, que espera que 20% do share deste ano para a capital mineira seja oriundo de eventos.

Royal Hotéis - balanço 2023 - Javier Chabot

Lazer surpreendeu, afirma Chabot

Distribuição e mercados emissores

Tanto São Paulo quanto Belo Horizonte são praças alimentadas, majoritariamente, pelo segmento corporativo. Como uma cidade maior e com alta demanda de eventos, a capital paulista tem seus diferenciais de atratividade. Todavia, Chabot afirma que BH conseguiu uma retomada significativa da diária média. “É uma recuperação notável, mas longe do ideal”.

No Royal Boutique Jardins, única propriedade paulistana do portfólio, o maior público é do próprio estado. Já nas unidades Royal possui Royal Golden Savassi, Royal Boutique Savassi, Royal Center Hotel Lourdes e Royal Design Savassi a demanda é mais pulverizada, com Brasília entre os destaques de mercados emissores.

Em ambas as praças, a demanda de lazer tem surpreendido aos finais de semana — o que tem elevado a ocupação entre sexta e domingo. “Isso nos traz uma boa diária média. Adotamos o conceito de encantamento para esse público, montamos barracas nas UHs com luzes e bichinhos para as crianças, o que tem gerado um bom feedback”, diz Chabot.

Para uma distribuição equilibrada, a Royal Hotéis aposta em parcerias e preços públicos. Com uma equipe de RM (Revenue Management) engajada, a rede não mede esforços para fazer pesquisas de mercado antes de precificar.

“As tarifas variam de acordo com as empresas. Temos grandes companhias como parceiras, além de contratos diretos e com agências corporativas. Sempre nossos valores para as empresas serão menores do que as públicas”, conta o superintendente.

A Royal Hotéis também promove ações para direcionar as reservas para seus canais diretos, mas cerca de 50% de sua distribuição é oriunda de OTAs.

“Em 2024, vamos seguir a tendência de mercado, pois sabemos que será um período de menor aceleração em relação a 2023. Esperamos elevar nosso RevPar em 15%”, adianta Chabot.

Sobre uma possível expansão, o executivo revela que as praças de preferência da rede são Brasília e Rio de Janeiro, mas afirma que fincar novas bandeiras não é prioridade. “O foco é consolidar ainda mais a Royal nos mercados do nosso portfólio”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Royal Hotéis