Por mais meses como o setembro. O hoteleiro carioca virou o mês com esse sentimento, em um período marcado por alta expressiva nos preços e, em menor grau, da ocupação. E, claro, tudo por conta do Rock in Rio, que trouxe uma demanda comparável ao Réveillon para os hotéis da cidade. Dados da STR divulgados hoje (10) dão um retrato fiel desse fenômeno, com a Cidade Maravilhosa ficando no top 5 global de crescimento do RevPar para um período de quatro semanas encerrados em 24 de setembro.

Segundo os números da STR, o aumento de preço no Rio de Janeiro foi próximo a 100% frente a 2019 (pré-pandemia), puxando o crescimento do RevPar na cidade, visto que a ocupação cresceu “pouco” (+1o%) na mesma base de comparação. De acordo com o HotéisRIO, o indicador chegou a 81,84% no primeiro final de semana do festival (2 a 4 de setembro). Já no segundo (de 8 a 11), a média subiu para 94,51%.

“Foi um setembro histórico para o hotel, e acho que não falo só por mim, mas por todo mercado hoteleiro”, comenta Mônica Aguiar, gerente geral do Copa Sul. “Com Rock in Rio, conseguimos uma diária muito boa, equiparada a valores de Réveillon, por exemplo. Nossa alta de RevPar frente a 2019 foi mesmo próxima a 100%, mas é importante ponderar que o festival foi realizado em 2019 mais para o final de setembro”, completa.

No Laghetto Stilo Barra Rio, bons números

A executiva destaca ainda que o o fato do festival ter “casado” com o feriado de 7 de setembro ajudou bastante. “Fomos testando, colocando a diária um pouco mais alta e tendo resposta positiva, vendendo bem. “Ao fim do mês, a diária média aumentou 88% frente a 2021, enquanto a ocupação avançou 57% na mesma base de comparação”, informa Mônica. “Com isso, o RevPar do hotel fechou o mês com crescimento de 175% em relação a 2021”, continua.

No outro lado do Rio de Janeiro, situação parecida. Eduardo Machado, gerente de RM (Revenue Management) da Laghetto Hotéis, conta que a semana seguinte ao Rock in Rio também foi extremamente positiva para a única unidade da rede gaúcha na cidade. “Com a realização do 70º Congresso Brasileiro de Coloproctologia no Windsor Barra, seguimos com ocupação acima de 80%, especialmente a partir da quinta-feira (17), com diária média neste período de R$ 425”, revela.

Com isso, o Laghetto Stilo Barra Rio fechou setembro com crescimento de 175% no RevPar em relação a 2019, puxado pela alta acima de 80% na diária média na mesma base de comparação. “A ocupação passou de 54% para 71% na comparação entre 2019 e 2022. Foi um resultados muito positivo”, celebra Machado. “Acho que o câmbio desfavorável tem estimulado o brasileiro a viajar internamente, o que também vem nos ajudando a corrigir as tarifas”, acrescenta.

Próximos meses

Segundo os dois executivos, outubro mantém o bom ritmo de setembro, só que obviamente com uma demanda mais baixa. “Não temos um Rock in Rio novamente, né? Ainda assim, estamos com boas perspectivas e tarifa em bom patamar”, destaca Mônica. “A incógnita para nós é realmente novembro, pois vem a Copa do Mundo e, no geral, as pessoas gostam de ver os jogos com amigos e parentes, o que pode reduzir a demanda por viagens”, acrescenta.

“Já para o Réveillon, já estamos 50% vendido, o que mostra também que a janela de reservas está voltando ao patamares pré-pandemia, com as pessoas planejando as viagens com mais antecedência. No ano passado, por exemplo, tivemos muito last minute“, continua a gerente geral do Copa Sul.

No Laghetto Stilo Barra Rio, segundo Machado, novembro será aberto com um evento que também trará boas ocupações na região da Barra. “Além do feriado de Proclamação da República, teremos o Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que será de 3 a 5 de novembro. Já estamos com 80% de ocupação para este período”, destaca. “Embora a Windsor Hotéis tenha quase 1 mil UHs na região da Barra da Tijuca, sempre gera hospedagem para outras propriedades. Então, importante citar como a volta dos eventos está ajudando a hotelaria”, conclui.

(*) Crédito da capa: Fernando Frazão/Agência Brasil

(**) Crédito da foto: Divulgação/Laghetto Hotéis