Recentemente, muito se tem falado sobre o impacto da I.A. (inteligência artificial) generativa e tecnologias como o ChatGPT no setor de hospitalidade e viagens em geral. Desde previsões usadas de que a ferramenta iria “revolucionar o segmento” até declarações de especialistas de que isso levará a uma revisão completa da pilha de tecnologia hoteleira e ajudará a resolver a escassez de mão de obra, um dos principais gargalos de toda a cadeia, segundo o Hospitality Net.

Uma projeção da Goldman Sachs prevê que a I.A. generativa poderia impactar 300 milhões de empregos em todo o mundo e ajudaria a automatizar um quarto das funções nos EUA e na Europa. Neste cenário, a questão é: como essa tecnologia impactaria a hospitalidade e quem seriam os vencedores e perdedores?

Principais insights

Adam Mogelonsky, sócio da Hotel Mogel Consulting Ltd., pontua que a indústria costuma superestimar o impacto de uma nova tecnologia no curto prazo e subestimar o reflexo a longo prazo. “Em suma, a I.A. generativa mudará tudo e, no entanto, não mudará nada. Viagens e hospitalidade sempre foram experiências, memórias, conexões, sensações, catarse e transformação. A tecnologia ajudará na automação desses processos para, assim, ativar novas camadas de customização e personalização de serviços. Isso é tudo que os hóspedes desejam: respostas imediatas”, diz.

Ele ressalta que, embora os casos de uso da I.A. generativa em viagens, turismo e hotelaria sejam inúmeros, muitas organizações nesse setor são tradicionalmente lentas para se adaptar. “Dessa vez também é diferente, porque o deslocamento tecnológico acontecerá tão rápido que muitas companhias serão deixadas para trás por novos concorrentes”, completa.

Dave Berkus, sócio-gerente da Wayfare Ventures LLC, diz que, primeiramente, é necessário que toda a cadeia perceba que a inteligência artificial está avançando a tal ritmo que qualquer uma das previsões pode desaparecer em uma semana. “Nosso setor já está sendo despersonalizado no nível de atendimento ao hóspede com pré-check in e muito mais”, salienta.

“Nós, enquanto indústria, temos um longo caminho a percorrer, mas acredito que I.A. generativa avançará rapidamente com conexões automatizadas para serviços de automóveis, companhias aéreas e hotéis”, complementa.

Por fim, Martin Soler, sócio da Soler & Associates, afirma que no setor da hospitalidade, a tecnologia tornará a assistência e as conversas com os hóspedes mais eficientes. “O recurso ajudará a responder e-mails e perguntas por escrito, além de lidar com questões relacionadas ao concierge, facilitando a oferta de serviços para os hotéis”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Alexandra_Koch/Pixabay