Anunciado em março deste ano, o Programa Voa Brasil, que visa comercializar passagens aéreas a partir de R$ 200, ganhará um aplicativo próprio. Segundo veiculado pela Folha de São Paulo, o usuário poderá se cadastrar e ser beneficiado com valores mais acessíveis.

De acordo com Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, a medida deve entrar em vigor em agosto. Em entrevista à Voz do Brasil na noite de terça-feira (27), França afirmou que o desconto será concedido a pessoas que não realizaram voos domésticos nos últimos 12 meses.

O ministro explica que a proposta do programa é ampliar o público viajante para além dos turistas que viajam de avião habitualmente. “Nós vamos criar um mecanismo novo, que é um aplicativo, que você vai digitar o seu CPF e se você não voou nos últimos 12 meses, você escreve lá: ‘eu quero ir de Brasília a Manaus’, aí vai te dar todas as opções, que é sempre por um único valor de R$ 200; R$ 200 de ida e R$ 200 de volta.”

O público-alvo do Voa Brasil inclui aposentados, pensionistas e estudantes ou pessoas que possuíam renda de até R$ 6.800. O limite seria para evitar que usuários recorrentes de voos comerciais utilizem o programa e comprometam as vendas das empresas.

França destacou que a intenção é incentivar novas pessoas a voarem. Segundo ele, as empresas aéreas acabam elevando o valor das passagens, tentando tirar o máximo dos que voam habitualmente. O motivo é que, como o público da ponte aérea acaba sendo o mesmo, não há uma expansão do negócio.

“As empresas, elas acabam aumentando os preços tentando tirar o máximo de quem já voa. E isso é um equívoco, porque você fica rodando a mesma coisa nas mesmas pessoas”, avaliou o ministro.

Pedido de Lula

França detalhou que o programa é uma resposta a um pedido do presidente Lula, que solicitou a ele trazer para o país empresas aéreas de baixo custo, com voos de baixo valor. Antes, porém, o ministro buscou as maiores companhias do país para propor o programa, como forma de incentivar os negócios e manter os cerca de 15 mil empregos atuais dessas empresas.

“O presidente Lula me pediu para trazer para cá para o Brasil o que a gente chama de low cost, que são empresas que voam mais barato, e nós estamos trazendo. Elas vão chegar ainda neste ano aqui no Brasil. Mas eu achei justo avisar as três empresas que atuam no Brasil, que têm 10,15 mil funcionários”, falou.

“Olha, nós vamos trazer low cost, vocês não querem aproveitar e fazer um preço mais barato antes que elas cheguem?”, foi o que o ministro afirmou ter dito às companhias. “Quando elas chegam, elas vêm arrasando, elas fazem um preço muito mais barato. E elas [empresas do Brasil] toparam”, contou sobre a negociação com as empresas aéreas brasileiras.

Em março deste ano, França afirmou que, de acordo com seus cálculos, seria possível oferecer de 14 milhões a 15 milhões de passagens aéreas a R$ 200 por ano. O governo ainda pretende oferecer parcelamento em 12 prestações sem juros para o programa.

O programa visa vender os assentos vagos de voos que não conseguem ocupar toda a aeronave, gerando uma demanda ociosa de oferta. Nos meses de março a novembro, estima-se que aproximadamente 21% dos assentos não estão ocupados, informou o ministro.

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