Em 2016, foi anunciada a construção de um hotel sete estrelas na praia da Barra Velha, em Cascavel (CE), a 60 quilômetros (km) de Fortaleza. Mas pelo visto o projeto, idealizado por empresários libaneses que planejavam esse investimento no estado, não saiu do papel, aponta o Diário do Nordeste. Batizado de Le Royal, a propriedade seria a segunda na categoria sete estrelas do mundo. A primeira fica em Dubai.

Nicolle Barbosa, então secretária de Desenvolvimento Econômico do Ceará, chegou a afirmar sobre a possibilidade de um termo de cooperação entre o governo e a GMH (General Mediterranean Holding), empresa que seria responsável pela construção do hotel.

À época, o investimento divulgado era de R$ 400 milhões, gerando 1,5 mil empregos diretos e outros 1 mil indiretos quando o tão falado hotel sete estrelas estivesse em funcionamento. Havia, também, a promessa de construir 1,5 mil casas para os funcionários e escolas para os filhos deles nas proximidades do empreendimento. Porém, os milhares de empregos e negócios prometido para a região nunca aconteceram.

Ghassan Saad, CEO da GMH na época, chegou a afirmar que a propriedade teria estrutura capaz de transformar a cidade e impulsionar empresas locais. “Vamos dar prioridade às empresas do Ceará”, disse em 2016.

Ainda segundo publicado no Diário do Nordeste, o Governo do Ceará e a empresa citada não se pronunciaram, até o momento, sobre o status atual do projeto.

Sem registros

A prefeitura de Cascavel, por sua vez, afirmou não haver, em órgãos municipais e cartórios locais, nenhum registro sobre o hotel. “Não existe nenhum resquício de compra de terreno. Não existe projeto algum, isso foi apenas uma cortina de fumaça da gestão anterior”, comunicou a assessoria.

Ivonete Pereira (PDT) foi prefeita de Cascavel de 2013 a 2019, e teve o segundo mandato cassado por abuso de poder político. Em nota, o partido que o assunto não compete à sigla, mas sim à atual gestão municipal.

Disputa pelo terreno

Jackes Araújo, representante da empresa portuguesa de investimentos imobiliários Mãe dos Rios, que reivindicou 30 hectares da área no período, informou que os clientes não chegaram a ingressar com nenhuma medida por acreditarem se tratar de um projeto “plantado com cunho absolutamente eleitoreiro”.

“Observou-se que tudo não passava de um embuste. Tanto que, até essa data, a desapropriação não foi consumada. Se tivesse sido, teríamos contestado prontamente”, finaliza.

O projeto do hotel sete estrelas inclui a construção de 200 apartamentos, 25 vilas de luxo e um shopping com lojas, galerias e restaurantes fast food.

(*) Crédito da foto: Divulgação