Pelourinho, um dos cartões postais de Salvador
(foto: divulgação / Setur-BA / Fernando Dallacqua)

Conforme dados divulgados mês a mês pela ABIH-BA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia), Salvador apresentou em junho taxa média de ocupação de 38,04%, vista como a mais baixa dos últimos 30 anos. Comparando-se com o desempenho do mesmo período do ano anterior, verificou-se piora nos números, que passaram de 43,58% em junho de 2015 para 38,04% em junho de 2016. Em relação ao mês anterior (maio, com taxa de 42,88%), o decréscimo foi de 4,8 pontos percentuais.

A diária média de junho (R$ 238,93) cresceu 8,6% em relação a maio, resultando em um Revpar (indicador ponderado de taxa de ocupação e diária média) de R$ 90,89, considerado ainda o mais baixo da história da hotelaria soteropolitana. Dos quatro polos hoteleiros da cidade, coube ao de Itapuã-Stella Maris o melhor desempenho seguido pelos hotéis da Barra-Rio Vermelho, Centro-Pelourinho e  Stiep-Pituba.

As informações da Infraero sobre o fluxo de passageiros no aeroporto da capital revelam que a queda no movimento de visitantes em Salvador entre janeiro e maio de 2016 (19,9% menos passageiros do que no mesmo período de 2015) foi muito mais profunda do que a crise revelada na rede Infraero nacional (menos 8,6% de passageiros no mesmo período).

Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, em abril de 2016 a Bahia decresceu em 11% seu volume de atividades turísticas, tendo perdido parte das atividades para outras capitais nordestinas, a exemplo de Pernambuco, cujo volume de atividades turísticas cresceu 4,5% no mesmo período.

"A crise é geral, mas a situação da Bahia é mais grave. Enquanto outras capitais nordestinas inauguraram novos centros de convenções para fazer face à crise na baixa estação, Salvador está com seu único Centro de Convenções de grande porte fechado para reformas, sem data definida para reabertura, o que impede o trabalho de captação de grandes eventos e congressos, que dinamizam todo o segmento turístico, e que é feito com muita antecedência. Temos notícias do iminente fechamento de novos hotéis de grande porte e o sindicato dos trabalhadores decretou greve sem nenhuma adesão por parte dos afiliados, pois tem como único objetivo suspender temporariamente as demissões. Mas isso evidentemente não resolve o problema. Precisamos de respostas urgentes", ponderou Glicério Lemos, presidente da ABIH-BA.

Nos últimos dois anos, com o aumento da crise no turismo de Salvador, pelo menos 12 hotéis já fecharam as portas na cidade.

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