Um conjunto de fatores, que vão das chamadas viagens da vingança no lazer à volta dos eventos no corporativo, garantiu um ano positivo à hotelaria nacional. Com três propriedades no Brasil, a Minor Hotels surfou desse bom momento nas duas pontas dessa equação, com seus dois hotéis urbanos e o resort de praia acumulando bons indicadores ao longo de 2022.

“Na verdade, foi um ano espetacular para toda rede, à exceção dos nossos hotéis na Ásia, que são muito dependentes do mercado chinês”, explica Marco Amaral, vice-presidente de Operações e Desenvolvimento América do Sul da Minor. “No Brasil, baixamos um pouco o volume de vendas, até em função da retomada mais lenta do corporativo, mas subimos bem o preço. A ocupação, por exemplo, cedeu 3 pontos percentuais em comparação com 2019, registrando 58%”, completa o executivo português.

Segundo Amaral, a diária média no país avançou 47% frente a 2019. “É razão para festejo? Sim, mas o segredo foi se adaptar rápido às mudanças no mercado e, principalmente, no comportamento do consumidor. Vale destacar que, apensar de crescermos bem nossos preços, as tarifas estavam defasadas”, explica Amaral, que recebeu a reportagem do Hotelier News no Tivoli Mofarrej São Paulo, na semana passada.

A chegada do Rosewood ajudou um pouco em São Paulo. Ele subiu a diária média do segmento de luxo na cidade e pegamos, sim, carona neste movimento, assim como outros hotéis do set competitivo. O indicador fecha o ano com alta de 43%, batendo em R$ 1,5 mil”, acrescenta. “Na Praia do Forte, a diária média subiu 41% frente a 2019, chegando a R$ 1,8 mil.”

Com isso, a Minor Hotels chega ao fim do ano com crescimento de dois dígitos no lucro líquido frente a 2019, com o GOP no país batendo em 41%. “Obviamente, esse resultado foi construído a partir da boa performance dos hotéis, mas não podemos esquecer a contribuição decisiva do Perse”, destaca o executivo.

Perspectivas

Para 2023, Amaral diz ter um sentimento de otimismo realista. Segundo ele, há boas expectativas no segmento corporativo, com avanço nas tarifas corporativas negociadas e calendário de eventos promissor. “No primeiro caso, estamos conseguindo ao menos corrigir inflação. No segundo, o que já temos de eventos agendados nos permite ter um colchão interessante”, comenta.

Minor - balanço 2022 - Tivoli Ecoresort

Tivoli Ecoresort aproveitou a disparada do bleisure

“No geral, para o orçamento 2023, prevemos crescimento da diária média, mas também da ocupação, visto que o corporativo deve nos dar mais volume de vendas. Acreditamos também que a pressão de custos estabilizou, mas vamos aguardar os rumos que o novo governo dará à economia. A não manutenção do Perse, por exemplo, seria preocupante. Então, é um otimismo realista, pois existem incertezas.”

Na visão de Amaral, o segrego para bater o orçamento em 2023 é mais ou menos repetir o que foi executado este ano. Ou seja, estar atento às tendências de mercado e fazer mudanças rápidas quando necessário. “Há tendências que precisamos acompanhar de perto. O bleisure chegou para ficar, o que manterá o lazer forte. Ao mesmo tempo, acho que as viagens da vingança devem diminuir.”

“Então, temos que ser ambidestros, porque tudo muda muito rápido. O mercado está muito dinâmico e o segredo é continuar ágeis para se adaptar rápido às tendências que aparecem para continuar performando”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Minor Hotels