Para nossa tristeza, estamos encerrando hoje (29) nossa série especial de reportagens sobre o Maksoud Plaza. Ao longo dos finais de semana de maio, contamos a história do mítico hotel por meio de sua relação com funcionários, clientes, anônimos, famosos e hoteleiros. Quem acompanhou nossos conteúdos pôde perceber que o empreendimento conseguiu gerar memórias afetivas com pessoas de diferentes gerações ao longo das suas quatro décadas de trajetória. Pois são justamente esses bons momentos e lembranças que a direção atual deseja explorar para construir os próximos 40 anos do empreendimento.

É o que nos conta Bruno Guimarães, que desde o ano passado comanda a área de Marketing e Vendas do Maksoud Plaza. “Queremos fazer esse resgate, firmar ainda mais o hotel como ponto turístico na cidade. Ninguém tem essa história toda na hotelaria paulista”, afirma o executivo, com certa dose de razão. “A ideia é aproveitar isso e promover um encontro de gerações. Há várias oportunidades para explorar. Muito disso passa pelos diferentes pontos de venda que temos aqui dentro”, completa.

Para colocar tudo isso de pé, Guimarães vem gastando a sola do sapato e, em tempos de pandemia, a saliva em muitas teleconferências. Além do planejamento que desenhou para o marketing do hotel, que conta com cinco pilares principais (veja abaixo), ele vem dedicando boa parte do tempo em busca de parcerias para viabilizar seus planos. “Já avançamos muito e, mais ainda, alguns dos projetos já estão rodando, como o moderno estúdio para eventos híbridos que montamos. Já sediamos, além de lives de cantores sertanejos, ações de grandes empresas do varejo e tecnologia”, revela.

Na visão de Guimarães, o Maksoud Plaza tem uma dinâmica diferente da maioria dos hotéis da cidade, até porque há poucos empreendimentos com seu tamanho e infraestrutura. “Tenho pelo menos 10 produtos para trabalhar: hospedagem (de negócios e de lazer), pacotes românticos, eventos (sociais e corporativos), Frank Bar, 150 Restaurante, gravações de filmes e programas de TV, locação de espaços no hotel (lojas de varejo e serviços), venda de itens personalizados…”, comenta. “Isso aqui é uma máquina de vendas e estamos nos preparando para aproveitá-la ao máximo.”


Maksoud Plaza - futuro e gerações_quadro

5 pilares para o futuro do Maksoud Plaza

1) Gastronomia: 150 Restaurante e Frank Bar como geradores de receita.

2) Música: programação musical no Frank Bar, com música ao vivo e DJs.

3) Cultura: exposições e shows para agitar a programação.

4) Entretenimento: peças de teatro e reaproveitar o rooftop.

5) Negócios: 5 mil m² de salões (e tecnologia) para atrair o corporativo.


Alguns projetos dentro dos pilares definidos já estão em reta final para lançamento, além do estúdio que já é uma realidade. Segundo Guimarães, a programação musical no Frank Bar já começa em junho, com um tributo a Sinatra, música ao vivo três vezes por semana e DJ às sextas-feiras. Na gastronomia, o almoço executivo (entrada, prato principal e sobremesa) já está sendo comercializado para captar a demanda dos escritórios da região da Av. Paulista. O teatro em breve receberá peças infantis e apresentações de stand-up comedy.

“Outra novidade que estamos formatando são eventos dentro dos nossos maiores apartamentos, mirando celebrações de 15 anos ou quem deseja reunir um grupo de amigos. Por meio de parceiros, disponibilizaremos passeios de helicóptero a partir do heliponto na cobertura e serviços de limusine. Ou seja, queremos trazer pais, filhos e avôs para aproveitar o hotel”, revela. “Agora, tudo isso está sujeito à vacinação. Se a situação se descontrolar novamente, teremos que adiá-los”, acrescenta.

Com lançamento previsto para muito breve, a plataforma de e-commerce Makshop é outra aposta do Maksoud Plaza. No marketplace, os usuários poderão comprar produtos e serviços como drinques engarrafados do Frank Bar e acessórios com a marca do hotel, além de pacotes promocionais. “Em um primeiro momento, nosso objetivo é vender os drinques do Frank Bar. Cerca de 60 dias depois, a plataforma estará em pleno funcionamento, já comercializando todos os itens da nossa boutique”, revela.

O presente momento

Até todos esses projetos começarem a rodar, o cinco estrelas paulistano enfrenta as mesmas dificuldades que todos os hotéis de São Paulo atualmente vivem. Dados do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) mostram que, no acumulado até março, São Paulo registra ocupação média de 20,2%, queda de 58,1% frente igual período de 2020. Com isso, na mesma base de comparação, o RevPar na cidade recua 72,4%, para R$ 43,88.

“Nossa ocupação está melhorando, à medida que as restrições são flexibilizadas”, descreve Guimarães. Segundo o executivo, março e abril foram meses difíceis em função das medidas de isolamento adotadas em São Paulo, com taxa mensal na casa de 10%. “Este mês, com o mínimo de flexibilizações, já subiu para 20%. Nos finais de semana, contudo, a média é de 30%. Aliás, esse percentual é nossa meta para junho”, pontua.

Maksoud Plaza - futuro e gerações_Bruno Guimarães

Guimarães: hotel está perto do ponto de equilíbrio e tem muitas oportunidades a explorar

 

Duas situações têm chamado atenção do executivo. A primeira, é o fluxo de empresários que vêm à cidade para negócios. “São de pequenas e médias empresas. Agora, veja, são vendas individuais, não acordos corporativos. Pelo menos é um indicativo de que as pessoas estão vindo para São Paulo a negócios”, comenta.

A outra é de uma demanda que muito hoteleiro fala, mas que poucos acreditam. “Sim, eles existem”, brinca Guimarães, referindo-se aos muitos paulistas ou moradores de cidades próximas que se hospedam nos finais de semana. “É o grosso dessa média de 30% de ocupação que estamos recebendo. São famílias cansadas de ficar em casa ou casais que compram nossos pacotes românticos, que estão funcionando bem”, complementa.

Ainda assim, a demanda atual é insuficiente para tornar, neste momento, o hotel lucrativo. Nada muito diferente, por sinal, de muitas propriedades – independentes ou não – Brasil afora. “Com a diária média atual, nosso breakeven é alcançado com 38% de ocupação”, revela Guimarães. “Daqui a pouco estamos chegando lá. Se tudo der certo, em junho, já nos aproximamos ainda mais do ponto de equilíbrio. Com todos os pilares rodando bem, volto a repetir: o Maksoud Plaza é uma máquina de vender.”

Agora de longe, após um mês de intensa proximidade, o Hotelier News vai acompanhar esse movimento. E na torcida, é claro!

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News