Dando início à programação do segundo dia da Lacte17, aberta ontem (8), foi apresentado o Indicador de Viagens Corporativas. O relatório foi produzido pela Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas), promotora do evento, juntamente com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo). O objetivo é proporcionar um panorama para auxiliar as empresas do segmento a desenvolverem seus negócios. Em 2021, esse mercado movimentou R$ 48,6 bilhões, alta de 46% frente ao ano anterior.

Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev, e Guilherme Dietze, economista da FecomercioSP, comandaram a apresentação. “Hoje, trouxemos um pouco desse estudo que fizemos, com dados oficiais da pesquisa anual de serviços do IBGE, abordando a variação mensal em diversos segmentos do turismo”, pontuou Dietze.

Lacte17 - Indicador_viagens_corporativas

Dietze: comparação mensal ajuda a traçar panorama mais detalhado sobre o segmento

 

Apesar do crescimento frente a 2020, o resultado do ano passado representa queda de 47,6% em relação a 2019. “Se fizéssemos um cálculo da média a partir de 2011, início da série histórica, em condições normais podemos dizer que deixamos de ganhar R$ 100 bilhões, que representa praticamente um ano inteiro de faturamento”, destaca Dietze.

Em dezembro de 2021, o setor ficou 13% abaixo da receita obtida em igual período de 2019. “É importante que façamos esse cálculo em relação ao período pré-pandêmico, porque frente a 2020 a base de comparação é muito frágil”, pontua.

Instabilidade econômica pode afetar recuperação

Em sua fala na Lacte17, Dietze acrescentou também que o cenário de inflação elevada pode inibir o investimento das empresas. Outros fatores como desemprego e juros elevados podem atrapalhar a retomada. “Essa recuperação vai acontecer, porém em um ritmo mais lento, devido a todos esses fatores”, afirma.

Outro ponto de atenção para este ano, na avaliação de Dietze, é o aumento das tarifas aéreas, que pode afetar a recuperação do corporativo, gerando aumento considerável de custos para empresas de diversos segmentos e comprometendo o retorno efetivo ao formato presencial. “Esse e outros pontos vão refletir diretamente na operação das empresas e influenciar decisões importantes, como a possível manutenção do modelo híbrido”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News