Ciclista nas horas vagas, amante do pôr do sol, nômade digital e mãe em tempo integral, Giovana Jannuzzelli se define como uma facilitadora de conexões. À frente da diretoria executiva da Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) desde março de 2021, a profissional também é voluntária na ONG Make-A-Wish Brasil.

Aos 48 anos, Giovana é formada em Direito e atua há mais de 15 anos no setor de viagens e eventos corporativos. Em sua trajetória, atuou em diversas áreas como atendimento, relacionamento, vendas, marketing e operações, acumulando passagens em empresas como a CWT e Flytour.

Fazendo sua estreia no Três perguntas para, a sucessora de Eduardo Murad fala sobre as prioridades da entidade para 2022, os receios do setor frente a nova onda da pandemia e expectativas para a 17ª edição da Lacte.

Três perguntas para: Giovana Jannuzzelli

Hotelier News: Quais serão os principais desafios de gestão da Alagev para 2022?

Giovana Jannuzzelli: Neste primeiro semestre, estamos enfrentando as incertezas da pandemia de Covid-19 e das novas variantes. Estamos trabalhando para conscientizar as pessoas e apresentar alternativas seguras para dar continuidade aos planos de realização de eventos e viagens corporativas. Também já desenhamos a nossa agenda de eventos e cursos para o ano e temos muitas atividades a desenvolver junto às nossas 12 comunidades setoriais, que se reúnem de forma voluntária para discutir temas relevantes para a indústria e que resultam em boas práticas e novos comportamentos para o setor.

Isso sem contar a Lacte 17, que acontece nos dias 8 e 9 de março trazendo pilares como comunidade, conexão, colaboração e construção. Para este ano, criamos a assinatura Build back better together, visando um futuro de mais prosperidade e mostrando a importância de construir algo novo olhando para a nossa indústria, que conecta pessoas e precisou e ainda precisa ser bastante elástica e resiliente para se adaptar a todas as mudanças pelas quais temos passado. Falaremos bastante sobre reduzir custos, cuidar da comunidade e ser, de fato, agente da mudança. Tudo isso, junto e potencializando a criatividade, o conhecimento e as conexões de toda a comunidade de viagens e eventos corporativos, incluindo gestores ou fornecedores. Acredito que cada um pode contribuir ativamente na reconstrução de um setor transformado e sustentável para todos.

E como causa para este ano escolhemos o “Protagonismo Feminino no Turismo”. Não é à toa que o principal evento da nossa agenda anual se inicia no Dia Internacional da Mulher.

HN: Como a entidade vem se movimentando para frear os possíveis impactos da nova onda no setor de viagens e eventos?

GJ: Somos a favor da segurança sanitária e também da manutenção da realização dos eventos corporativos, logo, estamos trabalhando em um movimento para fortalecer ainda mais o nosso setor. Em um comunicado oficial aberto ao mercado e veiculado nos últimos dias, recomendamos aos nossos associados e parceiros que não adiem os seus eventos. Nós sugerimos que não haja cancelamentos, uma vez que existem alternativas para realizar eventos com segurança.

O segmento corporativo já foi muito afetado por conta da pandemia. Nestes dois anos, aprendemos como realizar encontros com organização e proteção para todos os participantes e colaboradores. O Brasil já tem quase 145 milhões de pessoas com a segunda dose da vacina (67,93% da população) e mais de 31 milhões (14,65% da população) com a dose de reforço. Estamos pensando no bem-estar de todos os envolvidos, e sabemos que somos capazes de fomentar encontros de forma controlada e monitorada. Inclusive, tais práticas foram comprovadas com os eventos-teste realizados ao longo dos meses anteriores.

Eventos são fonte de riqueza e desenvolvimento para o nosso país, incluindo segmentos como a hotelaria, aviação, restaurantes, receptivos e comércio. O nosso setor é responsável por cerca de 4% do PIB nacional e pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos. A não realização de encontros de negócios implicará em ainda mais prejuízos para o Brasil. Entendo que essa luta está longe de terminar, mas estamos dispostos a nos mobilizarmos para comunicar e informar regularmente as formas seguras para a realização dessas ações corporativas.

HN: Quais as expectativas para a Lacte 17? Com o formato híbrido, qual a previsão de público para 2022?

GJ: A L²ACTE² está em seu 17º ano e é um evento aguardado pelo trade, especialmente nesse momento de retomada. Será o grande reencontro e reconexão presencial entre os profissionais do setor de eventos e viagens corporativas. Nosso objetivo é promover, além de muito networking, conteúdos relevantes para a retomada. Nesta edição, a perspectiva é atingir 600 participantes presenciais, além do público virtual, que nos permite compartilhar e conectar com ainda mais pessoas do que antes.

Aproveito para destacar que o nosso evento seguirá rigorosamente os protocolos de segurança recomendados pela Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, governo de São Paulo e autoridades locais, comprovando que é possível realizar eventos presenciais com segurança.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Alagev