A KPMG, em parceria com os ministérios do Turismo e da Economia, além do G20 publicou recentemente o Guia de Retomada do Turismo. O material analisa a situação atual do setor e as iniciativas adotadas em diversos países, trazendo uma lista de 20 prioridades estratégicas a serem implementadas para garantir a recuperação econômica total.

Segundo os dados da publicação, em 2019 o turismo respondia por 10,4% do PIB mundial. No Brasil, a participação do segmento no indicador era de 7,7%, com alta empregabilidade, mas crescimento estagnado. Além disso, antes da crise sanitária o volume de turistas internacionais se mantinha em torno de 6,6 milhões anuais. O turismo doméstico, por sua vez, apresentava crescimento leve e 93% dos visitantes eram locais.

No mesmo ano, os turistas brasileiros gastaram US$ 17,6 bilhões em viagens internacionais, enquanto turistas estrangeiros gastaram US$ 5,9 bilhões. Com a pandemia, o PIB global do turismo caiu pela metade, com baixa de 62 milhões de empregos. No Brasil, as perdas totais somam R$ 243 bilhões até janeiro de 2021. As receitas do turismo doméstico e internacional, no período, caíram 45% e 69%, respectivamente. O ano também foi marcado pela alta da inflação, que reflete diretamente no setor.

“Para superar os atuais desafios impostos ao turismo, recuperar mercado e fazer a retomada acontecer, o setor precisa manter a colaboração público-privada e fortalecer estratégias direcionadas para a melhoria da digitalização, inovação e sustentabilidade. Assim, este guia identifica iniciativas que garantam a recuperação da indústria e sua transformação sustentável em médio e longo prazos”, pontua Maurício Endo, sócio-líder de Governo da KPMG no Brasil.

“O avanço da vacinação já está contribuindo para a retomada de viagens nacionais e internacionais para o segmento de turistas, familiares e parentes. Porém, o tráfego corporativo se recupera mais lentamente devido à transformação que teve durante a pandemia e a necessidade de mitigar riscos a seus funcionários”, acrescenta.

De acordo com Thais Balbi, sócia de estratégia da KPMG e responsável pelo projeto, o momento é de fortalecimento do país como destino relevante para o turista brasileiro. Ela aponta ainda que entre as estratégias está a promoção de experiências características de cada região.

KPMG: prioridades para a recuperação econômica do setor

A entidade aponta que, para fomentar a retomada econômica do turismo, deve-se adotar as seguintes iniciativas:

1 – Incentivar ações de promoção do turismo doméstico
2 – Fortalecer o turismo de viagens de curta duração para locais próximos aos grandes centros urbanos
3 – Estender o prazo das medidas governamentais adotadas na pandemia
4 – Promover mecanismos de liquidez para a cadeia do setor
5 – Prover produtos financeiros para a sobrevivência da cadeia, com prioridades para as pequenas e médias empresas

Estratégias para alavancar o setor

Por fim, a KPMG traz também ações para reaquecer e transformar o turismo neste momento de pós-crise. Entre elas, estão:

1- Disseminar as melhores práticas sobre produtos turísticos para as diferentes regiões, destinos, rotas e roteiros turísticos do Brasil
2- Incentivar a adoção de “Calendário de Eventos” adaptado à realidade de cada região
3- Impulsionar o ecoturismo com foco nas principais unidades de conservação do país
4- Fortalecer o marketing digital com apoio das distribuidoras de turismo
5- Prover segurança e assistência ao turista
6- Desenvolver mecanismos de investimentos para promoção do setor priorizando hospedagem e lazer
7- Certificar os estabelecimentos dos principais destinos turísticos com protocolos e selos
8- Fomentar o turismo sustentável e social promovendo novas experiências e referências para o País
9- Promover a transformação digital integrando físico e digital no mesmo ambiente
10- Criar programas e incentivos para redução de custo das empresas aéreas, com vistas à recuperação e aumento da malha aérea do país
11- Buscar incentivos para atração de investimentos para o turismo náutico
12- Ter uma plataforma com os principais destinos integrando a cadeia do setor
13- Desenvolver uma plataforma de informações sobre turistas no Brasil (Data Driven)
14- Ampliar a conectividade em cidades turísticas com Wi-Fi e Internet banda larga
15- Fortalecer o ecossistema de inovação do turismo impulsionando os hubs de startups e as universidades

(*) Crédito da foto: joelfotos/Pixabay