Seguindo em curva decrescente, a inflação do país voltou a cair em agosto, puxada pela queda dos preços dos combustíveis. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados hoje (9), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) recuou -0,36% no mês passado. A notícia é boa, mas o setor hoteleiro precisa manter a atenção nos custos, principalmente no que diz respeito aos valores dos alimentos.

Com o declínio, a inflação voltou ao patamar de um dígito acumulado em 12 meses, ficando em 8,73%. Desde setembro de 2021, o indicador se manteve acima dos 10%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,39%. Apesar da melhora, os números seguem acima do projetado pelo BC (Banco Central) para 2022, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

De acordo com o UOL , a retração é reflexo do recuo da energia elétrica e dos combustíveis. O IBGE apontou que os quatro tipos de combustíveis que compõem a inflação registraram queda: gasolina (-11,64%); etanol (-8,67%); óleo diesel (-3,76%) e gás veicular (-2,12%).

Para o turismo, os preços das passagens aéreas também caíram (-12,07%), o que pode contribuir com o aquecimento do setor. Segundo Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, a queda pode estar atribuída à sazonalidade.

“Essa é uma comparação com julho, que é um mês de férias e há aumento da demanda. Além disso, foram quatro meses seguidos de alta, o que eleva a base de comparação. Também há o impacto da redução do querosene de aviação no período”, explica Kislanov.

Alimentos em alta

Sete dos nove grupos pesquisados tiveram alta de preços no mês passado. Dentre os setores, o de Alimentos e Bebidas é considerado fator de peso para a hotelaria. Ainda que a inflação tenha cedido, os empreendimentos precisam estar atentos em suas estratégias para não sofrer novos impactos em suas margens de lucro. Abaixo, você confere os índices dos segmentos analisados:

  • Alimentação e bebidas: 0,24%
  • Habitação: 0,10%
  • Artigos de residência: 0,42%
  • Vestuário: 1,69%
  • Transportes: -3,37%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,31%
  • Despesas pessoais: 0,54%
  • Educação: 0,61%
  • Comunicação: -1,10%

Itens importantes como frango em pedaços (2,87%); queijo (2,58%) e frutas (1,35%) sofreram alta de preços em agosto. Por outro lado, o leite longa vida (-1,78%), óleo de soja (-5,56%) e tomate (-11,25%) registraram queda.

(*) Crédito da foto: joelfotos/Pixabay