Com as cadeias de suprimentos cada vez mais restritas e a inflação elevando o custo de novas construções, muitas redes hoteleiras estão recorrendo a conversões para ajudar a impulsionar o crescimento das unidades. A IHG Hotels & Resorts, por exemplo, tem sido mais agressiva do que a maioria nos últimos anos. Hoje, as conversões representam 25% do número geral de contratos, revela o Hotel Management.

“Em um cenário de oferta hoteleira global fragmentada, já falamos sobre a crescente importância das conversões. Com a Voco e Vignette Collection, adicionamos duas marcas que atuam principalmente no espaço de conversão”, explica Keith Barr, CEO da IHG.

“A expansão do nosso portfólio de marcas também nos permitiu assinar mais acordos com proprietários ativos em vários segmentos”, complementa o executivo da rede, acrescentando que desde sua inauguração em agosto do ano passado, a Vignette Collection garantiu suas primeiras oito propriedades. Já a marca Voco atingiu a marca de 80 hotéis abertos ou em processo de lançamento, tendo aberto nove hotéis no primeiro semestre deste ano.

Como agora possui marcas de conversão em vários segmentos, a IHG – que divulgou seu balanço do primeiro semestre recentemente – está cada vez mais em busca de negócios com proprietários. Durante o primeiro semestre deste ano, a empresa adicionou três negócios de portfólio na Europa, Oriente Médio, Ásia e África, que adicionaram dez hotéis em seis marcas. Nessas regiões, quase 50% das aberturas e contratações são de marcas de conversão.

Impacto da inflação

Ao ser questionada sobre o impacto da inflação em seus negócios, a IHG tem procurado minimizar a situação. Barr acredita que o setor “realmente se sai muito bem em ambiente inflacionário” e apontou alta demanda do consumidor, além de investimentos em um programa de fidelidade atualizado.

A diária média, por exemplo, cresceu 4% no primeiro semestre em relação a 2019, mas a ocupação ainda estava 10 pontos percentuais abaixo. Isso significa que, embora a IHG possa receber menos hóspedes, pode cobrar mais.

“Acreditamos fundamentalmente que temos poder de precificação neste setor que pode continuar avançando porque, na verdade, o crescimento da diária média não acompanhou o ritmo da inflação. E assim sabemos que temos essa capacidade de fazê-lo”, acrescenta Barr.

Por outro lado, um estudo do CBRE aponta que existem evidências de que hotéis econômicos possuem menor poder de precificação em um cenário inflacionário. Dessa forma, os hotéis de luxo aparecem como empreendimentos com maior capacidade de driblar a inflação.

(*) Crédito da foto: Divulgação/IHG Hotels & Resorts