Parece que a situação do Hurb vem se deteriorando a cada dia. Em uma semana de baixas, a agência de viagens online levou mais um baque. A Latam suspendeu a emissão de novas passagens via plataforma da OTA como forma de reaver os valores não pagos pela empresa. A companhia aérea ainda acionou a Justiça para cobrar a dívida de R$ 13,6 milhões — considerando multas e honorários.

As viagens já programadas serão honradas, segundo uma nota enviada pela Latam à Folha de São Paulo. Procurado pelo veículo, o Hurb afirma que não recebeu nenhuma notificação oficial e, por questões legais, não vai comentar o assunto.

No dia 18 de abril, a Latam notificou a agência sobre a dívida, que foi reconhecida pelo Hurb. Desta forma, foi definida uma data de pagamento para o dia 21 do mesmo mês. Em seguida, a OTA parou de responder aos emails da companhia aérea, que buscou vias judiciais.

Desdobramentos da crise

Segundo o Valor, atualmente o Hurb está listado como uma das piores empresas registradas na plataforma do Reclame Aqui, perdendo apenas para a Claro. No dia 29 de maio, a Senancon (Secretaria Nacional do Consumidor) suspendeu as vendas de pacotes de viagens flexíveis pela OTA como uma medida de proteção ao consumidor. A decisão será mantida até que a empresa apresente um plano concreto de resolução de contratos.

No dia 30 de maio, o Hurb demitiu cerca de 40% de seus funcionários — o equivalente ao corte de 400 colaboradores.

A ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) tinha uma reunião agendada com executivos do Hurb na última terça-feira (30), contudo, nenhum representante compareceu.

Pedro Mafort, então executivo comercial do Hurb e responsável pela região de São Paulo, era o contato com a entidade, mas ele se desligou nesta semana. Segundo o Hurb, Paulo Pimentel, diretor da empresa, Felippe Xavier, e o head Comercial já estão em contato com a entidade para agendar uma nova reunião.

A ABIH-SC também não teve mais retorno da empresa. Hoteleiros que falaram com a reportagem do Valor sob a condição de anonimato passaram a duvidar da capacidade da empresa de se reerguer depois de todos os escândalos.

(*) Crédito da foto: lidiasilva/Schutterstock