Hoteleiros latinos estão em pleno processo de descoberta de novos mercados e segmentos de demanda. Ricardo Mader, diretor administrativo da JLL para a América Latina, destacou durante o primeiro dia da 13ª conferência anual Hotel Opportunities Latin America, que é preciso, porém, cautela devido às recentes eleições governamentais na América do Sul, revela o CoStar.

O executivo pontua também que as altas taxas de juros, como no caso do mercado brasileiro, podem ser um problema para esse movimento dos hoteleiros na América Latina. “Não há pressa em investir em imóveis agora. Acho que no segundo semestre vamos ver as coisas mudando, até porque o cenário político está ficando mais claro”, avalia.

Raul Calvet, sócio-gerente da Colliers Market Intelligence and Advisory e presidente da HOLA na América Central, ressalta que a pandemia de Covid-19 revelou muitos pontos fortes e fracos em diferentes segmentos de mercado. “Percebemos que havia um mercado interno forte e pronto para lotar quartos de hotéis em alguns destinos”, afirma.

“Uma coisa importante que descobrimos é que precisamos trabalhar juntos, proprietários, operadores, hoteleiros e autoridades, para resolver problemas. E, acima de tudo, acho que descobrimos que a vida e os negócios andam em ciclos e temos que nos preparar para momentos ruins quando estamos felizes durante muito tempo”, acrescenta.

Insights

John McCarthy, presidente executivo e sócio da Leisure Partners e copresidente da HOLA, no México, diz que ainda há grande potencial para o crescimento da indústria hoteleira nos mercados do país. “Todo mundo pensa em Cancún, Puerto Vallarta, Los Cabos, Cidade do México, mas há tantos outros lugares que são francamente espetaculares como Loreto, que fica ao norte de Los Cabos e é totalmente inexplorado”, salienta.

Os hoteleiros concordam no principal ponto: não faltam oportunidades na América Latina como um todo. Em janeiro, a Sonesta International Hotels Corp reintroduziu a marca James como parte do portfólio de franquias na região e nos EUA, no segmento de lifestyle. “Queríamos expandir no espaço e no lifestyle porque é uma área em rápido crescimento e tínhamos os direitos de propriedade intelectual da bandeira”, disse John Murray, presidente e CEO da Sonesta.

“Temos bastante interesse no Caribe, República Dominicana e em um local no México. É uma oportunidade de aproveitar as vantagens da marca, mas ao mesmo tempo ser mar mais independente”, complementa.

Brian King, presidente da Marriott International para o Caribe e América Latina, observa que a marca aumentou sua presença na região em mais de 48% com a aquisição do portfólio da marca Hoteles City Express, já aprovada pelas autoridades reguladoras do México. Além disso, o executivo diz que os negócios para residências e marcas de luxo tiveram crescimento exponencial.

Em sua fala, King comenta que o Brasil também está entre os mercados com grandes oportunidades de crescimento. A Marriott assinou recentemente um acordo com a Maraey para construir três hotéis em Maricá (RJ). “Isso me traz muita confiança, garantindo que estamos atacando nossos principais mercados de origem, mas ao mesmo tempo complementando com novos”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International