Quanto as empresas hoteleiras pagarão às OTAs neste ano? Segundo pesquisa do Skift, a estimativa é de que os hotéis terão custo de cerca de US$ 75 bilhões em distribuição, cifra que contabiliza as despesas de trabalhar com agentes de viagens empresariais e agências tradicionais.

Entre os principais pressupostos que fundamentam a projeção dos consultores, está o fato de que 2023 será bastante semelhante a 2019 em receitas para distribuidores terceirizados. Além disso, os hotéis recuperaram, na maioria dos indicadores, os níveis pré-pandêmicos de performance.

Por outro lado, alguns mercados intermediários apresentaram desempenho insatisfatório, enquanto outros tiveram indexação excessiva. Os consultores também presumem que o que os terceirizados estão faturando dos hotéis é praticamente a mesma cifra em relação ao período pré-pandêmico.

Os cálculos também apontam que 70% dos empreendimentos em todo o mundo não são ligados a grandes grupos hoteleiros. Assim, presume-se que eles pagam um pouco mais aos distribuidores porque não se beneficiam de descontos favoráveis por volume.

Perspectivas

Para formular a estimativa, a Skift Research se baseia em dois de seus relatórios de mercado recentes: o Global Accomodation Sector Market Estimates 2022 e o Hotel Direct Booking Outlook, de 2021.

No levantamento que diz respeito às reservas diretas, observou-se que os custos de canais de distribuição são diferentes para cadeias e hotéis independentes. Grandes grupos podem negociar descontos por volume com OTAs e outros distribuidores.

Max Starkov, consultor do Skift, diz que as OTAs gastam milhões de dólares em marketing e tecnologia, e conhecem o viajante, o que contribui para a estimativa de que elas, separadamente, terão faturamento de US$ 45 bilhões. Assim, ele aponta que grandes grupos hoteleiros, como Marriott e Hilton, estão trabalhando para aumentar o volume de vendas nos canais diretos, por meio de estratégias diversas.

Contudo, cabe lembrar que os hotéis também têm custos com as reservas diretas. O marketing digital, além das estratégias para atrair clientes, demandam alguns milhares de dólares. Os leilões de metasearch devem receber lances, mesmo para leads que não convertem em reservas. E mesmo canais “gratuitos”, como pesquisas orgânicas e programas de fidelidade, não são verdadeiramente isentos de despesas.

A Skift Research estima que as empresas hoteleiras podem gastar quase US$ 30 bilhões neste ano em atividades de promoção da reservas diretas. Esse número aumentaria se os hotéis transferissem uma parte maior do seu mix para o direto, que tem um custo consideravelmente menor em relação aos canais indiretos.

Assim, se os hotéis dispensarem os intermediários, economizariam em torno de US$ 6,5 bilhões em custos de distribuição.”Em 1995, 75% das diárias vinham de canais diretos”, diz Starkov. Com o surgimento das OTAs, o share ficou mais equilibrado.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News