Com os resultados financeiros da Hilton Worldwide, o Hotelier News abre a safra de balanços das principais redes hoteleiras internacionais. Em mais um sinal de recuperação trimestre a trimestre, a gigante norte-americana reportou lucro de US$ 240 milhões no terceiro trimestre de 2021, desempenho que superou o obtido nos três meses anteriores.

Segundo a Hilton, o resultado foi puxado pela alta demanda e por diárias médias próximas ou superiores aos níveis de 2019 tanto nos segmentos de lazer, quanto corporativo (especialmente reservas para PMEs). Globalmente, e contando todas as fatias de mercado, as tarifas ficaram 2,5% inferiores a igual período de 2019.

Em conversa com analistas de mercado para a divulgação do balanço, Chris Nassetta informou que as tarifas de lazer já superam o patamar pré-pandemia, revela a Phocuswire. Ao mesmo tempo, as diárias do segmento corporativo estão em um patamar de 75% perto dos picos pré-pandemia. O CEO da Hilton, contudo, alertou que ainda há um bom caminho de recuperação pela frente.

Globalmente, o RevPar da rede fechou o terceiro trimestre 19% inferior em relação a igual período de 2019. Ainda assim, o indicador apresentou crescimento de 17% quando comparado aos três meses anteriores. Nasetta, contudo, passou boas notícias aos analistas já projetando o final de 2021.

RevPar e pipeline

Hilton - resultados financeiro_ Chris Nassetta

Nassetta volta a sorrir: demanda de lazer segue alta

Segundo o executivo, cerca de 40% dos hotéis da Hilton ultrapassaram os níveis RevPar de 2019 em outubro e novembro. Mais ainda, as reservas para todos os períodos futuros estão apenas 8% abaixo dos níveis de 2019. O EBITDA Ajustado da Hilton fechou o período em US$ 519 milhões, alta de 132% em relação a igual período de 2020. Na comparação com 2019, houve recuo de 19%.

Nasetta disse que, para os próximos meses, a operadora norte-americana focará no aumento das vendas para PMEs para incrementar o segmento corporativo. “Mesmo que segmento tenha ficado para trás no trimestre, próximo a 75% do período pré-pandemia, vivemos uma situação inusitada. De um lado você tem as grandes corporações, que têm 40% de desconto. Do outro, temos pequenas e médias, que têm apenas 5 a 10% de desconto, mas, em compensação, são menos sensíveis ao preço”, acrescenta o CEO da Hilton Worldwide.

Em relação ao lazer, o executivo descreve a demanda como fora da curva, com ocupações de 85% a 90% nos finais de semana, no mercado norte-americano – o principal da empresa. Com isso, as tarifas já superaram os níveis de 2019. “Eu acho que a diária média do segmento continuará em expansão, até porque a demanda seguirá em níveis elevados”, aposta.

Ao final do terceiro trimestre, a Hilton contava com 2.620 hotéis (404 mil quartos) no pipeline de desenvolvimento. Essas unidades se espalham por 114 países, incluindo 27 mercados onde a rede norte-americana atualmente não atua.

Distribuição

Quando questionado sobre estratégia de distribuição e o relacionamento com as grandes OTAs, Nasetta disse que elas respondem por algo entre 10% e 12% das reservas, sendo que ele não espera grandes alterações nesses níveis.

“Acreditamos que existe uma fronteira eficiente e a calculamos da melhor maneira possível, por mercado individual e por propriedade, com base no que eles podem oferecer naquele ponto de preço versus o que podemos dar em troca”, comenta.

“Como entregamos a maior receita com o menor custo de distribuição? Essa é uma boa pergunta e acreditamos – é por isso que temos um bom relacionamento com as OTAs – que eles desempenham um papel relevante nisso”, completa.

“Acho que, quando acordarmos em alguns anos, vai se parecer muito com o que era antes. E, obviamente, vamos nos sentir bem com os termos contratuais que temos com as OTAs, bem como com a nossa capacidade de manter um acordo atraente com elas no futuro”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Hilton Worldwide

(**) Crédito da foto: Jeffrey MacMillan/Capital Business – Washington Post