Após recusar nova proposta apresentada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) optou hoje (23) por manter a greve dos aeroviários, resultando em paralisações e voos atrasados em diversos aeroportos brasileiros. Com isso, a movimentação da categoria chega ao quinto dia.

Por volta das 7h40, entre os nove aeroportos nos quais estavam previstas paralisações, foram registrados atrasos em Congonhas (4 voos), Santos Dumont (8 voos), Fortaleza (1 voo) e Porto Alegre (1 voo). A paralisação das atividades também gerou cancelamentos, com Congonhas encabeçando a lista (7), seguido por Santos Dumont (4), Porto Alegre (7), Confins (1) e Viracopos (1). Os aeroportos de Guarulhos (SP), Rio-Galeão e Brasília ainda não registraram atrasos ou cancelamentos, aponta o portal Gauchazh.

A greve foi iniciada no dia 19, quando os tripulantes cruzaram os braços por duas horas, das 6h às 8h, reivindicando aumento dos salários e melhores condições de descanso. Por conta da manifestação, a orientação dos aeroportos é que os passageiros entrem em contato com as companhias aéreas para confirmar o status dos voos.

Nova proposta

A nova proposta recusada pelo Sindicado previa a reposição de 100% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), além de aumento real de 1%. Por determinação do TST, a greve pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas. O SNA afirma que a medida está sendo cumprida e o movimento ocorre dentro da legalidade.

Além disso, o Sindicato também diz que decidiu pela greve “tendo em vista os altos preços das passagens aéreas, que têm gerado lucros crescentes para as empresas”. A categoria também reivindica que as empresas respeitem os horários de início e término das folgas e que não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo.

O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, alega que o preço das passagens aéreas foi fortemente impactado por conta da pandemia e que houve aumento dos custos para as companhias, que acumulam prejuízo.

Em nota divulgada ontem (22), antes da votação da nova proposta, a entidade ressaltou que negocia desde outubro com o SNA, com o intuito de preservar os diretos dos tripulantes e garantir as viagens dos passageiros, especialmente durante a alta temporada.

(*) Crédito da foto: Renato Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo