A atratividade e viabilidade dos projetos de multipropriedade diminuíram com a nova conjuntura macroeconômica, mas, mesmo assim, o GR Group não está parado. Com lançamentos previstos e empreendimentos para entregar no curto prazo, a empresa goiana – uma das pioneiras do segmento – segue de olho em oportunidades, ciente de que o momento atual é de olhar para dentro e esperar as condições melhorarem para pisar mais fundo no acelerador.

Pelo menos é o que revelou Gustavo Rezende, CEO do GR Group, à reportagem do Hotelier News em entrevista exclusiva realizada durante a Adit Share, encerrada semana passada, na Costa do Sauípe. “O funding está mais restrito e, por isso, nossa prioridade agora é cuidar bem dos 40 mil clientes que temos na base e seguir fazendo a entrega que prometemos a eles no momento da venda”, disse.

“O ambiente de negócios não está bom para acelerar. Mais ainda, há pouca visibilidade sobre o cenário para 2024. Temos terrenos e vamos aguardar o melhor momento”, acrescentou Rezende, complementando que vê a conjuntura macroeconômica mais propícia para um ciclo de investimentos apenas a partir de 2025.

Ciente e acompanhando de perto as turbulências vividas por players grandes no setor, o executivo acredita que, diante da conjuntura macroeconômica atual, o mercado de multipropriedade deve passar por um período de consolidação em breve. “Estamos de olho em M&A (Merger & Acquisition), sim, mas não é algo para agora. O momento é de cuidar dos nossos clientes”, reforçou.

Projetos

Enquanto um novo ciclo de investimentos mais parrudo não vem, o GR Group vai tocando os projetos que já estavam no pipeline. Este ano, por exemplo, a empresa faz a entrega do Pitangui Beach Resort, que representa sua estreia no Nordeste. Com 114 apartamentos e VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 150 milhões, a propriedade fica em Extremoz, na praia de Graçandu, a 10 quilômetros de Natal. Sua inauguração marcará também uma mudança de rota na estratégia de expansão da companhia.

Saem os projetos com grande número de chaves, como o atual Wyndham Olímpia, e entram propriedades menores, comercializadas e entregues em fases. “A modelagem financeira é menos complexa e, caso seja necessário, é mais fácil ir ao mercado de capitais em busca de funding”, explica Rezende. Vale destacar que o ciclo de investimento na região prevê futuramente um novo resort de 204 apartamentos, que deve ser lançado em julho, além de outro empreendimento e um parque aquático, ambos ainda na fase de aprovação.

O grupo goiano deve fazer mais dois lançamentos em breve. No segundo semestre, começarão as vendas de uma incorporação imobiliária greenfield em Maceió, que ainda está em fase de aprovação. Outra novidade será a expansão do Barretos Country Park Resort, em Barretos (SP), com VGV estimado de R$ 250 milhões. A ampliação do parque aquático local também deve ser iniciada, informou Rezende.

Por fim, em Olímpia (SP), o GR Group prevê lançar a segunda fase do Royal Prime, com VGV de R$ 350 milhões. “Estamos em todas as verticais do negócio, da construção à operação. Com isso, acompanhamos nosso cliente em praticamente toda a jornada, o que nos permite oferecer algo mais adequado para ele”, afirma Rezende. “No começo dessa indústria, tínhamos que buscar vendas de maior impacto. Agora, temos informações para lançar produtos mais em linha com o que o consumidor deseja. São 11 anos aprendendo nisso”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News