O FMI (Fundo Monetário Internacional) publicou hoje (11) a atualização do relatório de monitoramento da economia global e elevou a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2022. Para o órgão, a economia do país deve crescer 2,8% neste ano, aumento de 1,1% em relação à edição de julho do World Economic Outlook, aponta o G1.

Já para 2023, a expectativa é de crescimento mais tímido, de 1%, diminuição de 0,1% frente à projeção anterior. Mesmo com resultados melhores, a economia do Brasil fica abaixo da média global e regional de crescimento. O panorama serve de alerta para quem está buscando entender o comportamento do mercado para planejar orçamentos do ano que vem.

Em relação à economia global, o FMI optou por manter a projeção de 3,2% de crescimento, mas reduziu a expectativa para 2023, de 2,9% para 2,7%. A estimativa é de que cerca de um terço do PIB global tenha contração no ano que vem. Na América Latina e Caribe, o crescimento deve ser de 3,5%, de acordo com os cálculos do FMI. Para o ano que vem, a projeção é de 1,7%.

“Esse é o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto pela crise financeira global e pela fase aguda da pandemia de Covid-19, refletindo em desacelerações significativas mesmo para as economias mais desenvolvidas”, diz o relatório. Um belo alerta à toda indústria de viagens que 2023 tende ser um ano de muitos desafios, já que vivemos em uma economia globalizada.

Inflação

Já em termos de inflação, as projeções brasileiras são melhores do que a média global, visto que o Brasil elevou a taxa de juros primeiro que a maioria dos países, conseguindo reduzir a alta nos preços.

O FMI espera inflação de 6% ao fim de 2022 e 4,7% para 2023 – em ambos os casos acima e no limite da meta para o indicador. De acordo com os cálculos do órgão, a média global deve ser de 8,8% neste ano e 6,5% no próximo.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil registrou deflação (baixa de preços) de 0,29% em setembro. O resultado é a maior queda do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para o mês desde o início da série histórica, em 1994.

Além disso, esse é o terceiro recuo consecutivo do indicador oficial de inflação do país. Em julho, houve queda de 0,68% e, em agosto, de 0,36%. Em setembro, o grupo de transportes voltou a puxar a deflação, sob impacto da baixa dos combustíveis. O segmento de Alimentos & Bebidas, vital para a hotelaria, também diminuiu após fortes altas.

FMI - Preços_alimentos

Setor de Alimentos & Bebidas sente certo alívio após deflação em setembro

 

No acumulado de 12 meses, o IPCA registra alta de 7,17% até setembro. O resultado sinaliza desaceleração frente a agosto, quando o acumulado era de 8,73%, aponta a Folha de S. Paulo. Dos nove grupos pesquisados, quatro tiveram queda em setembro: transportes (-1,98%), comunicação (-2,08%), alimentação e bebidas (-0,51%).

(*) Crédito da capa: Eduardo Soares/Unsplash

(*) Crédito da foto: Tumisu/Pixabay