A confiança do consumidor brasileiro teve a terceira queda mensal consecutiva em dezembro. É o que aponta o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que vê piora nas avaliações sobre o presente e futuro em meio à segunda onda do Covid-19. Segundo a FGV, o alto desemprego e o fim dos benefícios emergenciais do governo também são questões prementes para os brasileiros. As informações são da Reuters.

Em dezembro, o ICC recuou 3,2 pontos, fechando a 78,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice cedeu 1,6 ponto, encerrando tendência de alta iniciada em julho. Segundo a FGV, o resultado desse mês foi reflexo tanto da piora na satisfação dos consumidores com o momento atual, quanto das menores expectativas em relação aos próximos meses.

Neste sentido, o ISA (Índice de Situação Atual) perdeu 2,1 pontos, encerrando dezembro a 69,7 pontos. Já o IE (Índice de Expectativas) caiu 3,7 pontos, a 85,6. “Diante de uma segunda onda de Covid-19, fim dos benefícios emergenciais e desemprego elevado, os consumidores, principalmente os de menor poder aquisitivo, sinalizam que continuarão contendo o consumo”, explica Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens da FGV, em nota.

FGV: desemprego

Segundo Viviane, o comportamento mais cauteloso do consumidor tem forte relação com a percepção de dificuldade de se obter emprego. Pelo que a sondagem da FGV apurou, 97,5% dos entrevistados avaliam que está difícil obter vagas no momento, fazendo com que o indicador atinja o menor nível dos últimos 16 anos. “A despeito da aproximação do início das campanhas de vacinação, o consumidor continua desanimado em relação a 2021”, completou.

Ainda assim, outra pesquisa, dessa vez da CNC, mostra que a intenção de consumo das famílias mostra recuperação. Segundo a confederação, a confiança vem melhorando, mas de forma lenta e gradual. “Nossa expectativa é de que, com a vacinação já planejada pelo governo, esse processo de retomada da confiança tenha continuidade, provavelmente se acelerando nos próximos meses”, comenta José Roberto Tadros, presidente da CNC.

(*) Crédito da foto: Amanda Perobelli/Reuters