O ano de 2024 iniciou com fortes expectativas para o turismo, principalmente em relação ao turismo internacional. De acordo com pesquisa da ForwardKeys divulgada pelo MTur (Ministério do Turismo), os turistas europeus são os que permanecerão mais tempo durante viagens ao Brasil no primeiro trimestre deste ano, com total de 21 noites.

O estudo prevê alta de 21% nas chegadas de estrangeiros no território brasileiro, na comparação com a mesma época do ano passado. Canadenses terão a segunda média mais alta de estada (19 dias), o que é atribuído, assim como na Europa, ao fato de os turistas aproveitarem ao máximo a viagem devido às grandes distâncias para se chegar ao Brasil. Cidadãos dos EUA irão permanecer cerca de 13 noites, e turistas da América do Sul ficarão aproximadamente 10 noites, refletindo no último caso, a proximidade de nações vizinhas.

A avaliação da pesquisa referente às regiões brasileiras mais buscadas pelos europeus e demais estrangeiros revela, por exemplo, que no Nordeste haverá alta de 36% no número de visitantes que passarão de seis a oito noites nos destinos, em comparação com os primeiros três meses de 2023. As estadas entre uma e duas semanas (nove a 13 noites) na região tiveram aumento de 7%, enquanto as permanências superiores a 14 noites se mantêm estáveis, com alta de 1%.

Perspectivas

Celso Sabino, ministro do Turismo, destaca que os dados fortalecem as perspectivas de aumento nos gastos dos visitantes no Brasil neste ano. Em 2023, o país recebeu quase 6 milhões de estrangeiros, registrando recorde histórico nas despesas desse público, totalizando R$ 34,5 bilhões. Esse resultado superou, inclusive, o ano de 2014, quando a Copa do Mundo de Futebol foi realizada. Além disso, o Governo Federal segue investindo em expandir a conectividade aérea, abrindo espaço para atingir a meta de receber 10 milhões de turistas estrangeiros até 2027.

No que diz respeito ao Sudeste, é previsto aumento de 25% nas chegadas para lazer e de 7% nos desembarques a negócios. Sob a perspectiva de diversão, o estudo destaca incremento de 28% nas viagens em família e de 27% nos deslocamentos de grupos na região. Além disso, a quantidade de casais no Sudeste deverá crescer 21%, enquanto a alta para solteiros atingirá 20%. No Sul do país, as viagens em grupo e em família terão aumentos ainda mais expressivos, com índices de 74% e 47%, respectivamente.

Quanto às chegadas, dados da ForwardKeys indicam crescimento de 23% nas viagens com origem na América do Sul para o Brasil no primeiro trimestre. As chegadas de europeus apresentam aumento de 21%, enquanto as dos Estados Unidos registram expansão de 15%. Entre as regiões mais procuradas, estão Sul (34%), Norte (26%), Sudeste (23%) e Nordeste (13%). O Centro-Oeste, por sua vez, experimenta queda de 11%.

Na análise por estados, Santa Catarina lidera a projeção de chegadas internacionais, com aumento de 53% nos três primeiros meses de 2024. A lista de unidades da Federação líderes na área é composta, em sequência, por Rio Grande do Norte (46%), São Paulo (25%), Rio de Janeiro (23%), Minas Gerais (18%), Alagoas (15%), Pernambuco (14%), Ceará (11%), Paraná (9%) e Bahia (4%).

Em termos de conectividade, o MTur trabalha em conjunto com a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) e outras pastas do governo federal, além das companhias aéreas, para expandir a malha e a frequência de voos entre o Brasil e o resto do mundo. Segundo a Embratur, o país já retornou ao patamar pré-pandemia no que se refere à quantidade de viagens oferecidas por empresas do setor, atingindo 64,8 mil operações em 2019 e no ano passado.

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