Um momento chave para qualquer organização é a montagem dos orçamentos. Na hotelaria não é diferente. Operadoras e hotéis independentes consideram diversos fatores para, a partir disso, traçar as metas que serão buscadas para o ano seguinte. Agora, como eles são construídos? Isso varia. E muito.

Em entrevista ao Hotelier News, Daniel Bressan, diretor de Rentabilidade do Grupo Wish, pontuou que a empresa começa a pensar no orçamento entre os meses de julho e agosto, iniciando sempre pelo departamento de Vendas. “Essa área tem por premissa levantar quais são os indicadores que serão usados como base para o ano seguinte e, a partir desse ponto, começa a elaboração do orçamento. Esse é o nosso start.”

Bressan: planejar por etapas é crucial

“Depois disso, fazemos uma reunião com todos os envolvidos e a primeira parte a ser elaborada é a receita. Normalmente, o planejamento do nosso orçamento é finalizado por volta de novembro, definindo nossos investimentos e despesas, e conta com a participação de toda a equipe, de gerentes gerais ao corpo executivo. O financeiro monta a agenda de como iremos fazer e, em seguida, chama os gerentes gerais e o corporativo”, completa.

Bressan diz que o departamento Financeiro passa ainda os indicadores a serem considerados e acompanhados, como inflação, câmbio, previsão de crescimento da economia. “Nesse recorte, definimos as premissas que o corporativo quer para aquele hotel. Depois disso, são traçadas as estratégias: se irá focar em vendas diretas ou B2B, por exemplo. No passo seguinte, estabelecemos as previsões de ocupação e receita para as unidades”, salienta.

Traçando estratégias

Alessandro Cunha, CEO da Aviva, diz que o orçamento começa a ser planejado em agosto. “Ele é tratado como uma ferramenta essencial para atingir nossa estratégia. Costumamos finalizar em outubro, para avaliação e aprovação em conjunto com nossos acionistas”, comenta.

“Na Aviva, começamos esse processo desdobrando a estratégia definida pelo ciclo de curto prazo e fazendo análises de possíveis lacunas, envolvendo todo o corpo diretivo. A partir daí, as definições são cascateadas para todas as pessoas associadas. Nesta fase, a área Comercial aponta a direção das receitas, o Marketing embala os objetivos de acordo com as estratégias e presença da marca, para unificar as receitas e despesas”, endossa.

Ele diz que, depois disso, o time de Operações orça suas despesas e a elasticidade de operação no ciclo. Cada empresa do grupo, de acordo com seu objetivo estratégico, traça seu plano individual, que deverá compor o orçamento matriz, já com os resultados previstos.

“Costumamos trabalhar com OBZ (Orçamento Base Zero), no qual todas as pessoas envolvidas são responsáveis por desdobrar a estratégia e planejar ações para o próximo ciclo. E este processo envolve todas as nossas pessoas associadas, especialmente as responsáveis por segmentar o orçamento em despesas, além dos gerentes operacionais de cada hotel, o corpo diretivo e eu, como CEO, dando o último aceno para dividir com os acionistas”, conclui Cunha.

Orçamento base zero é uma técnica orçamentária na qual todas as despesas devem ser justificadas para um novo período ou ano começando do zero, ao invés de começar com o orçamento anterior e ajustá-lo conforme necessário.

Dicas

Bressan explica que, para um orçamento garantir a previsibilidade esperada, é necessário que todas as variáveis estejam muito bem alinhadas. “Elas servem como um guia para o seu dia a dia, para identificar quaisquer problemas ou desvios das metas traçadas. Além disso, deve-se acompanhar o orçamento ao longo do ano, e não simplesmente fazer e engavetar”, analisa.

“Uma coisa que fizemos no ano passado, e que estamos replicando neste ano, é fazer um evento ao fim do processo, em novembro, reunindo todos os gerentes gerais, para que todos assinem seus orçamentos e tenham ciência do caminho a ser seguido em suas unidades. Todo esse planejamento nos ajuda a ver a flutuação de diversos indicadores, como ocupação e diária média “, acrescenta.

Visando auxiliar os hoteleiros com insights valiosos sobre a elaboração de orçamentos, o Hotelier News promove, no dia 21 de agosto, o Hotel Trends Orçamentos 2024. Os ingressos já podem ser comprados no link.

“No nosso planejamento, incluímos a data desse encontro como um marco para os gerentes gerais. Todos participarão online para terem todas as premissas que os participantes estão trazendo, justamente para terem o embasamento necessário na hora de discutir nosso orçamento”, finaliza Bressan.

Esse conteúdo integra a divulgação do Hotel Trends Orçamentos 2024, que Hotelier News e Noctua Advisory promovem no dia 21 de agosto, no Novotel Morumbi, em São Paulo.

Em sua 2ª edição, o encontro tem como patrocinadores o Grupo R1, APP Sistemas, Atlantica Hospitality International, Laghetto Hotéis, Atrio Hotel Management, Aviva, Best Western Hotels & Resorts, Grupo Wish, Hot Beach Hotéis & Parques, Equipotel e OTA Insight.

(*) Crédito da capa: Tumisu/Pixabay

(**) Crédito da foto: Arquivo pessoal