Devido à aceleração do nível global de atividade deduzida com base no cenário mundial, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revisou para cima suas expectativas em relação aos aumentos projetados para 2023. Para o setor de serviços, a entidade prevê alta de 4%, e para o turismo, a projeção de variação é de 8,8%.

Vale lembrar que, em julho, o volume de receitas do setor de serviços avançou 0,5% frente ao mês anterior, de acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esta foi a terceira alta consecutiva no faturamento real do setor. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, no entanto, o avanço foi maior, de 3,5%. O volume de receitas dos serviços está 12,8% acima do registrado em fevereiro de 2020.

“O principal responsável pelo avanço do nível de atividade econômica tem sido, desde o primeiro trimestre de 2022, o setor de serviços”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC. “Além do faturamento, a empregabilidade no setor tem importância crucial no processo de retomada pós-pandemia”, completa.

Feriadões devem impulsionar turismo

O Índice das Atividades Turísticas apontou avanço de 0,7% em julho, na comparação mensal. Com isso, o volume de receitas do setor é 6,2% maior do que o registrado no período imediatamente anterior ao início da pandemia. “Há exatos três anos, o setor registrava perda de quase dois terços de suas receitas mensais, na comparação com fevereiro de 2020”, lembra Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela análise.

Em abril deste ano, apesar das quedas, esse mesmo comparativo revelava variação positiva de 0,7%. Isso é creditado à maior quantidade de feriados prolongados, fenômeno favorável à geração de receitas para o setor, que deve contribuir para o aumento da produtividade do turismo. No segundo semestre, além do Dia da Independência, o Dia de Nossa Senhora Aparecida e de Finados também caem em quintas-feiras. Natal e Ano Novo, por sua vez, serão em segundas-feiras.

Bentes explica, ainda, que cada feriado ou ponto facultativo prolongado tende a injetar 2,1% no volume anual de receitas do turismo. Nesse sentido, o faturamento real das atividades turísticas pode ser positivamente impactado em até R$ 48 bilhões, valor correspondente à receita de 40 dias do setor. Segundo a previsão da CNC, o volume de receitas do turismo deverá encerrar 2023 com faturamento real de R$ 458 bilhões, avanço de 8,6% frente ao ano passado.

As maiores movimentações por conta dos feriados prolongados devem se concentrar em São Paulo (R$ 16,71 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,62 bilhões) e Minas Gerais (R$ 5,03 bilhões). Juntas, essas três unidades da federação devem responder por 57% do “efeito feriadão” no turismo brasileiro até o fim do ano.

Tendência de queda nas passagens aéreas

A tendência de diminuição do preço médio das tarifas de voos domésticos, que chegou a ultrapassar R$ 700 no segundo semestre de 2022, mas, em junho, estava em R$ 567, anima o setor. Conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), houve queda de 11% em junho deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Com isso, o fluxo de passageiros em voos domésticos se aproximou de 8,5 milhões de pessoas, maior patamar da série histórica apurada pela própria agência reguladora.

No mesmo sentido, o transporte rodoviário tem avançado em ritmo mais acentuado, com aumento de 8,4% em junho, puxado pelo maior fluxo de automóveis particulares (alta de 9,8%), de acordo com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

(*) Crédito da foto: gabyps/Pixabay