O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), que formou fundo de R$ 529,4 milhões em parceria com a Cielo, anunciou a criação de um programa de financiamento para concessões de parques – tanto naturais quanto urbanos – e florestas. Com orçamento de R$ 500 milhões, a iniciativa tem como objetivo a ampliação da administração sobre as áreas, colaborando assim com a redução do desmatamento, conservação e educação ambiental, além do desenvolvimento econômico e turístico das regiões no entorno desses ativos, criando milhares de postos de trabalho, de acordo com o site oficial da instituição.

Disponível para concessionários responsáveis pelos três graus de atuação, municipais, estaduais e federais, a ação financiará até 80% dos investimentos, com prazo de pagamento de até 300 meses e até oito anos de carência. Por se tratar de um mercado em estruturação, as operações poderão contar com um amplo leque de garantias, como ações das sociedades, direitos de concessão, seguro garantia e recebíveis da concessão, entre outros itens, que poderão servir de mitigadores do risco e serão avaliados conforme a fase de implantação do projeto.

“Em 2021, o BNDES realizou uma série de conversas com atores estratégicos para entender os desafios associados a concessões de parques e concessões florestais, com ênfase nos instrumentos financeiros para ampliação do impacto do setor.” explica Bruno Aranha, diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do Banco.

“Em linhas gerais, os principais pontos levantados se relacionam à dificuldade de acesso ao crédito, em decorrência das garantias exigidas em operações de financiamento. Por isso, o programa BNDES Parques e Florestas prevê um amplo conjunto de garantias e condições financeiras mais flexíveis, contribuindo para o desenvolvimento do mercado de Concessões Públicas de Parques e Florestas, a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico e turístico destas regiões. Tais resultados permitirão a ampliação do acesso de visitantes para 56 milhões por ano, resultando em cerca de 1 milhão de postos de trabalho”, conclui.

Os valores apontados por Aranha fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto Semeia em conjunto com a consultoria BCG (Boston Consulting Group) divulgada em outubro de 2021. Além de avaliar o crescimento de visitantes em parques, que simboliza um valor quatro vezes maior que os de antes da pandemia, e da criação de 978 mil postos de trabalho, a análise também calcula que o impacto do setor sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro pode atingir R$44 bilhões – ou 0,61% do PIB, em valores de 2019, – quadruplicando a participação dos parques na economia.

Outros indicadores

O BNDES já estrutura projetos em concessões de 35 parques e oito florestas que, juntos, representam projeção de R$ 1,3 bilhão em investimento nos próximos cinco anos. Esse valor pode se tornar ainda maior, ao considerar que o Brasil conta com mais de 60 parques e 17 milhões de hectares de floresta passíveis de concessão. Segundo artigo publicado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), só entre os anos de 2018 e 2020, a extensão do conjunto de unidades de conservação saltou de 37 milhões para mais de 170 milhões de hectares – que inclui áreas marinhas – gerando necessidade crescente de recursos.

(*) Crédito da foto: Nile/Pixabay