A Cielo e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciam uma aliança para aumentar as opções de crédito ao empresariado brasileiro. Dedicada às pequenas e média empresas, a medida tem investimento de R$ 529,4 milhões – R$ 450 milhões do banco de fomento e R$ 79,4 milhões da companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A parceria traz mais opções ao mercado de crédito, criando um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) fora das grandes instituições bancárias. O valor fica disponível para 56 mil empresas que precisam de capital de giro, prejudicadas principalmente pela pandemia. A taxa de juros é de 3,25% ao mês e o prazo máximo para pagamento é de 30 meses.

Vale lembrar que o fundo deve ser extinto após 30 meses (quase três anos), já que a Cielo não é um banco. No entanto, Paulo Caffarelli, presidente da companhia, confirma que pedirá autorização para atuar como SCD (Sociedade de Crédito Direto). Após isso, será possível dar crédito com capital próprio, sem precisar criar fundos.

BNDES e Cielo: mais caminhos

Ao todo, mais de 80% do crédito se divide em cinco bancos. Por isso, o objetivo da Cielo é afirmar a presença neste setor com ajuda do BNDES. Segundo Caffarelli, o projeto deve movimentar por volta de R$ 1 bilhão em recursos, incluindo o pagamento dos financiamentos (com juros) e o novo empréstimo do dinheiro.

Além do interesse da Cielo, o lado do BNDES tem como estratégia ajudar na desconcentração do crédito. A parceria deve, na visão da instituição, estimular a competição e a própria criação de outros fundos com atuação de fintechs e marketplaces (como a Cielo). Dessa forma, empresas menores conseguirão o dinheiro mais rápido.

Para todos os fundos que serão constituídos, o BNDES reservou cerca de R$ 4 bilhões de recursos próprios e conta com mais R$ 1 bilhão do mercado. A meta é oferecer o crédito para 500 mil a um milhão de pequenas e médias empresas espalhadas pelo País.

(*) Crédito da foto: Tomaz Silva/Agência Brasil