O apetite por expansão da Hilton Hotels é pautado por consistência. A rede norte-americana visa ganhar escala na América Latina, o que visa estabelecer uma base sólida de hotéis em todos os segmentos para continuar atendendo às demandas dos proprietários e, ao mesmo tempo, elevar o índice de fidelidade dos hóspedes.

Juan Corvinos, vice-presidente sênior de Desenvolvimento, Arquitetura e Construção para a América Latina e Caribe, afirma que o Hilton Honors ainda tem muito espaço de crescimento em sua base de 2,8 milhões de membros na região.

“Você precisa estabelecer marcas de serviços focados e também marcas aspiracionais, como resorts e tudo incluído”, salienta o executivo. “E os negócios locais são super importantes na América Latina”.

Uma das apostas da rede para a América Latina é a Spark by Hilton — marca econômica lançada no início de 2023. “Mas temos que descobrir o conjunto de compra, porque os tamanhos dos quartos são diferentes na América Latina. A aquisição e padronização de pacotes de móveis, utensílios e equipamentos vai demorar um pouco aqui”, adianta Corvinos.

Spark, Tempo by Hilton e Home2 Suites são as únicas marcas da Hilton que não estão na região do Caribe e da América Latina, mas Corvinos garante que as duas últimas estão a caminho. A demanda por estadas prolongadas está estimulando esse desenvolvimento, principalmente em centros industriais como Brasil e México.

“Vemos isso até na Colômbia e no Chile, porque as pessoas costumavam chegar na segunda e sair na quinta, mas agora por causa do preço da passagem aérea, os clientes estão estendendo essas viagens para duas semanas, três semanas”, analisa o executivo. “Portanto, estamos vendo mais demanda por acomodações de longo prazo”, completa.

Aberturas e pipeline

Atualmente, a Hilton tem aproximadamente 205 hotéis e 37 mil quartos abertos na região da América Latina e Caribe, e cerca de 105 empreendimentos em seu pipeline de desenvolvimento.

Além do Hilton Monterrey no México, inaugurações recentes em toda a região incluem o Qoya Hotel São Paulo, um hotel Curio Collection by Hilton e o Hampton by Hilton Quito La Carolina Park no Equador. No final de 2022, a empresa assinou um Waldorf Astoria em San Miguel de Allende, México, e um em Guanacaste, Costa Rica, ambos com residências de marca e com abertura prevista para 2025.

“Cada hotel que abre expande nosso horizonte”, ressalta Corvinos. “Eles são todos os produtos certos, no local certo com o proprietário certo”, acrescenta o executivo, que estima que cerca de 100 unidades adicionais serão inauguradas nos próximos cinco anos.

As conversões representam oportunidades agora e no futuro, pontua Corvinos, particularmente aquelas no nível superior que oferecem consistência. Para Hilton, isso significa Tapestry, Curio, LXR e DoubleTree.

Forte interesse no México

Mario Carbone, diretor administrativo de Desenvolvimento da Hilton no México e na América Central, afirma que o interesse dos desenvolvedores tem sido forte em todos os segmentos, desde hotéis urbanos de serviço limitado até empreendimentos de serviço completo.

No final de março, foi inaugurado o novo Hilton Monterrey, com 225 quartos, na capital do estado de Nuevo León, no México. Segundo Carbone, a rede também apresentou crescimento significativo no segmento all inclusive mexicano. De acordo com o executivo, essa expansão se deve pelo fato da empresa alavancar marcas já existentes, em vez de apostar em novas bandeiras.

“Estamos procurando alavancar a preferência da marca Hilton tradicional porque todo mundo conhece ”, observa o diretor. “Isso nos permite usar essas marcas tradicionais para entrar no segmento all inclusive, obviamente adaptando as bandeiras para atender e superar as necessidades dos hóspedes desse setor”.

O país viu recentemente algumas das marcas mais recentes da Hilton fazerem sua primeira incursão no México, com uma inauguração da Tru by Hilton em Monterrey. “Todos os segmentos estão disparando no México, o que é impressionante”, analisa Carbone.

O diretor revela que as perspectivas para as viagens de negócios, o segmento com retorno mais lento após a crise induzida pela pandemia, são particularmente fortes no México, impulsionadas por uma recuperação nas demandas de pequenas e médias empresas e uma onda de novas atividades industriais e manufatureiras em todo o país.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hilton Hotels