De acordo com levantamento da Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Viagens Corporativas) em parceria com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o setor de viagens corporativas movimentou R$ 9,5 bilhões em novembro de 2022, alta de 29,4% frente ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a novembro, o montante registrado foi de R$ 86,6 bilhões, representando avanço de 90% na comparação com 2021.

Segundo a pesquisa, estima-se que esses valores foram gastos com serviços de turismo, como transporte aéreo, meios de hospedagem, alimentação e locação de veículos. Além disso, o saldo positivo no ano traz o termômetro do aumento das ações das empresas em eventos, reuniões e visitas, entre outros. Por outro lado, também ressalta que parte do crescimento no faturamento está atrelada ao incremento dos custos, não somente à demanda de viagens.

A pandemia e a guerra da Ucrânia, por exemplo, trouxeram consequências negativas para os preços dos serviços de turismo em função do encarecimento do querosene de aviação, da alimentação em geral e da busca de manutenção da mão de obra qualificada. “O nosso setor está sempre em busca de alternativas para atingir os melhores resultados de negócios. Sabemos que o contato presencial, muitas vezes, apresenta um peso maior nas negociações, fazendo com que os profissionais criem conexões mais amplas e gerem insights interessantes com essa troca”, diz Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev.

“Pelo que verificamos no mercado, os planejamentos das empresas para 2023 foram elaborados com o intuito de conciliar as viagens de negócios nos orçamentos”, complementa a executiva.

Perspectivas

Em 2023, a indicação é de que os preços se mantenham ou até mesmo diminuam. Assim, a possibilidade é que não haja explosão de custos, como foi observado em 2022. A maior estabilidade, mesmo com valores altos, traz previsibilidade no orçamento das viagens corporativas ao longo dos próximos meses, para que as empresas consigam realizar seus compromissos sem grandes revisões significativas.

“Embora os dados sejam de novembro, é possível afirmar que 2022 foi o ano em que as viagens de negócio provaram sua relevância para o turismo brasileiro, especialmente na demanda por serviços ligados à realização de reuniões e eventos. Muito embora haja uma fração ainda indefinida, que pode ser de 10% a 20%, de viagens de negócios que não serão mais realizadas em função da substituição pela tecnologia, a realização de eventos ao longo do ano foi o grande marco do setor”, diz Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

“Com a perspectiva de preços menos voláteis, espera-se que a movimentação se estabilize e permita que os empresários planejem melhor seus investimentos, com chances de resultados tão bons quanto em 2022”, finaliza Mariana.

O conteúdo completo do estudo pode ser consultado aqui.

(*) Crédito da foto: Rob Wilson/Unsplash