Se o Airbnb acumula resultados financeiros excelentes globalmente em 2022, a América Latina não poderia ser diferente. No terceiro trimestre, o mais lucrativo da história, a região registrou crescimento de 25% no número de reservas e 33% em “noites e experiências” frente ao mesmo período de 2021. Reforçando a importância do Brasil para a plataforma, a empresa planeja entrar de cabeça no mercado latino-americano por meio de investimentos em parcerias, informa o Bloomberg Línea.

De acordo com a companhia, a América Latina apresenta uma resiliência contínua em certos países, como México e Brasil, onde as viagens domésticas e internacionais permanecem fortes. É por isso que, segundo Nathan Blecharczyk, co-fundador e diretor de Estratégia do Airbnb, a empresa está apostando no potencial da região.

“O Brasil, em particular, é um destino popular. Uma forma de qualificar isso é a quantidade de gastos que os viajantes fazem quando viajam pelo Airbnb no Brasil”, salienta Blecharczyk. “Os clientes do Airbnb gastam US$ 4 bilhões em restaurantes e compras. É por isso que estamos tão entusiasmados com o mercado e tão focados em investir em parcerias com o governo e as cidades, pois trabalhamos com diferentes autoridades na promoção do turismo”, continua.

Mais anfitriões, mais inovações

Recentemente, o Airbnb investiu na experiência dos usuários por meio de mudanças que garantem maior transparência nas informações de preços, tanto para os hóspedes, quanto para os anfitriões. Com o objetivo de aumentar a confiabilidade, a plataforma também revisou os processos de listagem de acomodações. Agora, os novos anfitriões recebem usuários experientes e têm apoio e contato direto com anfitriões experientes para sanar dúvidas.

A empresa também lançou um seguro para a propriedade e responsabilidade para todos os anfitriões. Como parte das mudanças, o Airbnb ampliou a cobertura de danos à propriedade do Aircover de US$ 1 milhão para US$ 3 milhões e, agora, isso se aplica não apenas à casa, mas também a carros, barcos, obras de arte e outros objetos de valor.

As mudanças acompanham o aumento no número de anfitriões da plataforma, que foi de 41% entre o terceiro trimestre de 2021 e o terceiro trimestre de 2022. No Brasil, esse fenômeno é ainda mais presente entre pessoas de 40 a 49 anos de idade, parcela que registrou crescimento de 92% no número de anfitriões.

O aumento também reflete como a plataforma é usada como alternativa de renda extra, com 58% dos anfitriões brasileiros dizendo que utilizaram os lucros obtidos para comprar alimentos e outros itens que sofreram aumento nos preços. No Distrito Federal, esse índice chega a 62%. Além disso, 10% dos anfitriões afirmam que a renda extra os ajudou a evitar o despejo ou a execução judicial.

(*) Crédito da foto: Akio Kon/Bloomberg