Em outubro de 2021, 100% da oferta hoteleira do estado de São Paulo estava de portas abertas após múltiplas paralisações por conta da pandemia. Com as atividades voltando à normalidade, os indicadores acabaram fechando o ano em alta, mas sem ainda suprir as perdas causadas pela Covid-19. Um retrato dessa recuperação pode ser vista na 18ª pesquisa da ABIH-SP, divulgada hoje (14) pela entidade, e que traz os números finais dos hotéis paulistas ao longo do ano passado.

Os dados apontam uma longa caminhada rumo à recuperação total dos prejuízos acumulados nos últimos dois anos. Como se não bastasse o baque já velho conhecido da hotelaria, a chegada da variante Ômicron retrocedeu ainda mais a retomada em São Paulo.

“Estamos em processo de recuperação, mas temos muito chão pela frente, para chegar aos números anteriores à pandemia. O desafio ainda é grande, para pagar os passivos acumulados durante a pandemia”, afirma Ricardo Roman Jr, presidente da ABIH-SP.

Balanço geral dos indicadores

De janeiro a dezembro de 2021, a diária média dos hotéis paulistas foi de R$ 234,43, recuo de 8,09% em relação a 2020. Quando comparado a 2019, a queda é mais brusca (-24,84%). Quanto ao RevPar, o valor acumulado foi  de R$ 80,76. Isso representa incremento de 13,93% na comparação com 2020. Entretanto, quando a análise é feita na comparação com 2019, o decréscimo alcança 59,36%.

A pesquisa foi realizada de forma independente e adotou alguns comparativos com dados de outras entidades para ratificar as análises. Entre outras, as entidades de referência e comparação foram InFOHB, Observatório do Turismo de São Paulo, Visite Campinas, ACE Ilha Bela, Caraguatatuba e São Sebastião.

Carnaval

Quanto ao Carnaval 2022, a ABIH-SP realizou o estudo antes da alteração das datas do evento, com desfiles foram postergados para o feriado de Tiradentes. Sondagem focou nos impactos gerados em função da variante Ômicron.

Os hotéis paulistas entrevistados declararam que o impacto médio de perda de ocupação e receita chega a 35%, por conta da nova cepa. Presume-se que a alteração das datas dos desfiles causarão outros movimentos, que serão mensurados em novos relatórios.

(*) Crédito da capa: alexramos10/Pixabay