De acordo com a Taxinfo (Pesquisa Conjuntural de Desempenho), divulgada pela ABIH-BA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia), a hotelaria de Salvador registrou, em julho, taxa média de ocupação de 56,88%. O indicador se encontra bem acima do apresentado no mesmo período do ano anterior, quando verificou 48,87%.

Em geral, o mês de julho costuma trazer bons resultados para o turismo, em decorrência das férias escolares em diversos mercados emissivos, estimulando viagens de férias em família. Ainda assim, o resultado revela pouca evolução frente à média de ocupação de 55,93% verificada no encerramento do primeiro semestre.

De qualquer forma, apesar de ser inferior ao obtido no mesmo período de anos anteriores à pandemia, como em 2019 em que foi registrado 61,50% de ocupação, o resultado de julho ainda confirma tendência de gradual recuperação. A expectativa da entidade é de que esta tendência seja mais consistente e expressiva a partir do próximo verão.

Quanto à diária média, a hotelaria da capital baiana apresentou crescimento, em especial nos hotéis voltados ao público de lazer, ao atingir R$460,45 em julho, alta de 63% em relação ao mesmo mês de 2019 (R$ 281,13). O resultado de julho deste ano continua superior ao período pré-pandemia mesmo ao desconsiderar os hotéis de luxo na conta, com R$ 325,19.

Com isso, é de se esperar que o RevPar registrado pela indústria hoteleira de Salvador seja relativamente alto. Em julho deste ano, o indicador ficou em R$261,91. O resultado fica apenas abaixo do verificado nos meses do último verão, pois o indicador cresceu 51% em comparação com julho de 2019, quando obteve R$ 172,89.

Aviação como obstáculo

Apesar da recuperação do número de passageiros nos últimos meses, o resultado ainda se encontra abaixo dos patamares pré-pandemia. Com isso, a alta dos preços das passagens aéreas é um dos principais obstáculos para a retomada do turismo de uma capital distante dos principais mercados emissores.

Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no primeiro semestre o número de passageiros no aeroporto de Salvador foi de 3,25 milhões, 8,5% inferior ao observado no mesmo período de 2019 (3,55 milhões). A comparação com os anos de pandemia é praticamente irrelevante, posto que registraram apenas 2,03 mil e 2,12 mil passageiros, em 2020 e 2021, respectivamente.

Após a pandemia, o importante público internacional, que sempre representaram fatia significativa do mercado de hospedagem soteropolitano, nunca mais foi o mesmo. No primeiro semestre de 2019, o número de passageiros de voos internacionais diretos para salvador foi de 103,8 mil, enquanto que no mesmo período de 2022 esse número decresceu 68% (32,6 mil).

“Atendendo a uma forte demanda do mercado, algumas companhias aéreas vem anunciando novos voos diretos para nossa capital, com início nos últimos meses do ano”, alega Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA. “Trata-se de uma medida essencial, mas é fundamental que esses voos sejam oferecidos com tarifas realistas e adequadas para atender a esse público. Estamos otimistas na continuidade dessa retomada e apostando em um crescimento significativo a partir do verão”.

“Os preços das passagens aéreas para Salvador estão bastante elevados. O aumento médio foi de quase 140%, realidade que inviabiliza o passeio de uma família de três ou quatro pessoas, que terá um gasto mínimo de R$ 12 mil só de passagem aérea”, complementa Lopes. “Esperamos a sensibilização das companhias em aumentar o número de rotas para Salvador, contribuindo com a redução do preço das passagens”, finaliza.

(*) Crédito da foto: digasalinas/Pixabay