HSMAI Insights

Para muitos na indústria hoteleira, 2022 foi um ano de recuperação que superou todas as expectativas. Com o lazer a pleno vapor e viagens em grupos ganhando tração, o setor vem conseguindo retomar indicadores importantes — como a diária média, por exemplo. Porém, é preciso cuidado: 2023 chega com a promessa de catalisar ainda mais o retorno massivo do turismo, mas alguns pontos pedem atenção do mercado.

Presidente e CEO da HSMAI, Robert A. Gilbert antecipou possíveis cenários para o ano que se inicia, ressaltando que os efeitos da pandemia ainda se fazem presentes, mesmo que em níveis menos alarmantes.

“A economia mundial exigirá cuidados, e segue em iminente recessão. No Brasil, economistas entendem que o impacto virá do exterior, mas o PIB segue com previsão de crescimento de 1,4%, acima das expectativas de mercado, que giram em torno de 0,7%”, salienta Gilbert.

Os pontos abordados a seguir foram sinalizados por especialistas da HSMAI, que conta com conselhos ao redor do mundo que reúnem profissionais de Vendas, Marketing, RM (Revenue Management) e Distribuição.

“Esses executivos representam uma gama diversificada de tipos e tamanhos de hotéis e empresas parceiras, portanto, são uma boa amostra do cenário de hospitalidade e viagens. Três grandes questões surgiram como foco principal de todas as empresas”, acrescenta o executivo.

1- Economia: haverá recessão mundial?

Lado bom: muitos preveem que a recessão não acontecerá – ou será muito leve – mas estão otimistas de que a força da diária média continuará em 2023.

Lado ruim: por outro lado, alguns acreditam que a inflação vai crescer, então, veremos uma recessão e a incerteza econômica e geopolítica geral que prejudicam as expectativas de crescimento.

2- Drivers de demanda: os clientes continuam viajando, mas as viagens corporativas voltarão?

Lado bom: muitos projetam que as viagens de lazer continuarão fortes, os grupos retornarão, os passageiros corporativos crescerão e os clientes continuarão a priorizar viagens e experiências.

Lado ruim: incerteza em torno das viagens corporativas. As grandes empresas trazendo de volta suas restrições de viagem estão deixando alguns executivos nervosos em relação ao público business. Mundialmente, a inflação pode desacelerar o ritmo dos gastos com lazer.

“Monitorar o comportamento do consumidor em lazer, viagens corporativas, reuniões e convenções continuará sendo fundamental em 2023 para ajudar no planejamento estratégico”, avalia Gilbert.

3- Talentos: a escassez de mão de obra ainda é um problema, mas nem tanto.

Lado bom: muitos relataram que alguns dos funcionários da hospitalidade que deixaram o setor estão voltando.

Lado ruim: ainda há uma alta demanda por funcionários da linha de frente para fornecer serviços essenciais na hotelaria, impactando a experiência do cliente e, por fim, as vendas. Os custos trabalhistas em todos os níveis estão mais altos do que nunca.

“Aquisição e retenção de talentos continuará sendo um grande tópico em 2023, mas os líderes esperam que bons talentos sejam mais fáceis de contratar e reter”, analisa o CEO da entidade.

(*) Crédito da capa: behy_studio/Unsplash