Após a queda das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o turismo voltou a ganhar força, abrindo a porta para grandes negócios e um movimento de consolidação. O foco, neste momento, está no mercado de OTAs. Segundo apuração da NeoFeed, a 123 Milhas e a MaxMilhas estão prestes a anunciar uma fusão, criando a maior OTA do Brasil, inclusive ultrapassando a Decolar.

O negócio entre as duas empresas vem sendo costurado desde o fim de 2022. Agora, com a união, estima-se que a nova companhia chegue a um GVM (Gross Merchandise Volume) de R$ 6 bilhões, quase 50% do movimentado pela CVC Corp, principal empresa da indústria de viagens nacional.

União de forças

A 123 Milhas optou pela fusão após buscar alguns sócios estratégicos no ano passado, sem sucesso. A empresa havia contratado o BTG Pactual, que saiu à procura de companhias que estivessem dispostas a pagar R$ 500 milhões por 30% da empresa.

O banco, por sua vez, não achou ninguém disposto a pagar esse montante. Ao mesmo tempo a MaxMilhas havia contratado o IGC Partners para buscar capital ou estruturar um M&A (Mergers & Acquisitions).

A transação ocorre em meio a um cenário de endurecimento por parte das empresas aéreas nas regras para o uso de milhas, gerando novos movimento neste segmento bem específico. Neste momento, por exemplo, a 123 Milhas tem se enveredado para vendas de voos e pacotes flexíveis, isto é, sem data confirmada e baixos preços, prática que o Hurb já adotou faz tempo. Já a MaxMilhas tem optado por tentar criar uma plataforma de descontos em hospedagens, mas esbarrou com a cultura do setor.

Assim, as duas companhias se unem com o objetivo de criar diferenciais competitivos para captar market share de concorrentes maiores como Booking, Decolar, Expedia e o própria Hurb. Esses diferenciais devem ir além dos significativos investimentos em marketing realizados pelas OTAs nos últimos anos, online e offline.

(*) Crédito da capa: Reprodução/123 Milhas