Um novo jeito de desenvolver hospitalidade. Uma nova forma de compartilhar uma segunda moradia na praia. Pensou em resorts de multipropriedade, não é verdade? Bem, a VCA Construtora inicialmente também, mas depois de se aventurar nesse modelo de negócio e lançar um projeto atualmente gerido pela Livá Hotéis & Resorts em Maraú (BA), o grupo imobiliário baiano resolveu trilhar um caminho só dele – e que você entenderá melhor ao longo dessa matéria. E é justamente dessa nova jornada que nasce a YAH.

Para quem desconhece a VCA Construtora, a empresa foi fundada em 2017, em Vitória da Conquista (BA), e tem todos os seus projetos lançados no Nordeste, sendo boa parte deles concentrada na Bahia. Hoje, o grupo imobiliário tem três braços de negócios: um focado em residenciais, que foi onde tudo começou; outro em loteamentos; e a YAH, que pretende ser uma rede inteiramente destinada a projetos de segunda moradia na praia que une os conceitos de lazer, compartilhamento e hospitalidade.

YAH - Jardel Couto - CEO VCA Construtora

Couto: VGV de R$ 5 bilhões na mira da YAH

CEO da VCA Construtora, Jardel Couto explica, em entrevista ao Hotelier News, que criar um braço de negócios destinado a segunda moradia na praia sempre esteve nos planos da empresa. “A primeira tentativa foi com a multipropriedade, mas agressividade na venda não combinava com nossa cultura empresarial”, comenta. “Agora, foi um grande aprendizado: entendemos como a multipropriedade se estrutura e pivotamos para desenvolver e lançar o modelo de negócio da YAH“, complementa.

 

Agora, afinal, como se estrutura esse produto imobiliário da YAH? Na visão de Couto, trata-se de algo híbrido, que se aproximaria mais a um flat, sendo, portanto, comercializadas unidades individuais. Ou seja, esqueça as frações imobiliárias da multipropriedade e as semanas de uso. Então, de onde vem o conceito de compartilhamento? E o de hospitalidade?

“Os proprietários poderão intercambiar períodos de férias nas demais unidades da rede. Além disso, nada impede que mais de uma família adquira o imóvel conjuntamente, dividindo os custos e o tempo de uso”, explica Couto.

“Por fim, a YAH vai manter 3% do inventário total de apartamentos para destinar toda essa oferta de imóveis inteiramente para o intercâmbio”, continua o executivo, acrescentando que o proprietário poderá usufruir de outras unidade pagando uma taxa de R$ 400 e cedendo seu apartamento à rede no mesmo período em que estarão hospedados.

Em relação à hospitalidade, os projetos oferecem a oportunidade de rentabilidade ao investidor, por meio de um pool para locação para terceiros, além de serviços hoteleiros agregados e toda a infraestrutura de lazer que resorts possuem, como 1,6 mil m² (metros quadrados) de piscina, pub, lavanderia, micromarket, restaurante, beach club, arena beach, espaços kids e pet, entre outras coisas. Já os proprietários também poderão adquirir serviços hoteleiros pay per use, como limpeza dos quartos.

“Quando um turista viaja a trabalho, ele já tem algumas redes na cabeça que o atende com bom produto e preço. No lazer, isso já acontece menos. Então, sabemos do potencial desse segmento. O objetivo é construir esse ecossistema, essa rede de hospitalidade que, inclusive, terá uma operação hoteleira feita por um parceiro que ainda estamos negociando”, destaca o CEO da VCA Construtora, sem querer antecipar o nome da operadora escolhida.

Ainda assim, pelo que a reportagem do Hotelier News apurou, a Atrio Hotel Management parece estar na dianteira, muito provavelmente criando uma joint-venture com a VCA Construtora. Essa possível liderança tem a ver com a relação já construída com a Livá, que, como mencionado nesta reportagem, faz a gestão do Vivant Ecobeach Resort. Vale destacar que o grupo imobiliário baiano criou, inclusive, uma bandeira hoteleira chamada Kahakai, e outras ainda serão lançadas posteriormente.

O ecossistema

O braço de lazer da VCA Construtora nasce com três projetos já em comercialização em Porto Seguro (BA), Ilhéus (BA) e Barra dos Coqueiros (SE). Outros três, ainda sem cidades oficialmente divulgadas pelo grupo imobiliário baiano, serão lançados até o final do ano.

YAH - modelo do projeto - VCA Construtora

Projeção de um dos futuros projetos da VCA

Por fim, mais três empreendimentos iniciam as vendas em março de 2024. Segundo Couto, o objetivo é criar uma rede com 50 unidades no litoral nordestino, somando um VGV (Valor Geral de Venda) de R$ 5 bilhões.

“Já temos 21 terrenos negociados em sete estados nordestinos. Nosso objetivo é chegar aos nove estados, em 50 destinos”, revela o executivo.

“Queremos realizar até 10 lançamentos por ano em cinco anos, para estar com todos prontos e em operação em oito anos. Acredito que serão até 36 meses de construção, mas depende muito da área. A nosso favor, pesa o fato de nunca termos atrasado uma obra, e queremos permanecer nessa toada”, continua.

O preço dos imóveis varia de R$ 199 mil a R$ 337 mil e os interessados terão a opção de comprá-los mobiliado ou não. Em entrevista ao Diário do Comércio, Couto revelou que cada empreendimento terá cerca de 400 apartamentos.



Modelos de apartamentos e valores:

  • Studio (UH para três pessoas): R$ 199 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 38 mil
  • Quarto e sala (UH para cinco pessoas): R$ 247 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 45 mil
  • Quarta, sala e suíte (UH para oito pessoas): R$ 337 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 66 mil


Couto acrescenta ainda que a VCA Construtora vai financiar o consumidor na compra dos imóveis. “Com nossos muitos lançamentos imobiliários nos demais braços da empresa, construímos desde 2017 várias carteiras de recebíveis, e esses empreendimentos já foram entregues. Vamos seguir, portanto, com nossa atuação de sempre: usar esse recebível para continuamente investir, só que no desenvolvimento da YAH. Então, os projetos serão iniciados sem recursos de terceiros”, destaca.

Nestes seis lançamentos previstos até o fim deste ano, por exemplo, a VCA Construtora pretende aportar R$ 180 milhões nos projetos, projetando e VGV de R$ 650 milhões, disse Couto ao Diário do Comércio. “Nosso público-alvo inicial são moradores de cidades secundárias no Nordeste, e sem praia. Em paralelo, vamos testar o mercado mineiro e paulista com uma campanha online para entender o mercado e a demanda para, posteriormente, abrir lojas de venda físicas”, revela.

“Ofertaremos financiamento de 240 meses, com entrada iniciando em R$ 14,9 mil, a depender do tipo de apartamento. É um pé na areia acessível”, brinca Couto, que finaliza. “Numa comparação com o modelo de multipropriedade, vamos ganhar no volume, em vez de tirar de uma unidade única o máximo possível de VGV”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/VCA Construtora