Para 2024, as projeções da Marriott, Hilton, Hyatt e Wyndham parecem promissoras, de acordo com um relatório divulgado na terça-feira (2) por David Katz, diretor administrativo da Jefferies Research. O profissional falou, ainda, sobre aspectos gerais do mercado e possíveis consequências das tentativas de fusão entre Choice e Wyndham. Abaixo, os principais aspectos do boletim, selecionados pelo Skift.

Quando comentando sobre o cenário geral, principalmente no mercado norte-americano, Katz afirmou que uma questão crítica é “se o crescimento da receita por quarto disponível pode continuar a superar a inflação de custos, principalmente impulsionada por mão de obra, serviços públicos e outros serviços”. A resposta é difícil de prever. Katz projeta um crescimento modesto nas diárias médias este ano e taxas de ocupação médias retornando aos níveis pré-pandêmicos até 2025.

O que 2024 reserva para as gigantes?

A Marriott tem uma “perspectiva de crescimento forte” em 2024, disse Katz, referindo-se à receita e aos lucros. A administração da empresa orientou os investidores a esperar uma taxa de crescimento anual de RevPar na faixa de 3% a 6% para 2024 a 2025, e uma taxa semelhante para o desenvolvimento de hotéis de pelo menos 5% até 2025.

Ainda este ano, a Marriott inicia a parceria com a MGM Resorts, o que deverá expandir seus negócios. O acordo permitirá que os membros do programa de lealdade Marriott Bonvoy ganhem pontos ao se hospedarem em algum dos 17 resorts da MGM, o que poderia tornar o programa de fidelidade mais popular e eventualmente incentivar mais proprietários de hotéis a associarem seus empreendimentos às marcas da Marriott.

Wyndham

Parceria entre Wyndham e MGM Resorts pode alavancar a rede

Já sobre a Hilton, Katz começa olhando para o passado e afirma que a introdução de bandeiras no mercado foi um dos principais impulsionadores do crescimento para a rede nos últimos anos. Além disso, a empresa está melhorando na promoção de produtos que complementam as estadas tradicionais em hotéis, como upgrades e serviços de Spa, o que também deve resultar no crescimento da rede.

Quanto à Hyatt, Katz aponta que o futuro é incerto e traz questionamentos. Como se sairão os resorts all-inclusive este ano, à medida que os consumidores gastam as economias acumuladas durante a pandemia? A rede conseguirá vender alguns de seus ativos? E os eventos corporativos e associativos, continuarão acontecendo em suas instalações?

A empresa adquiriu a Apple Leisure Group por US$ 2,7 bilhões. Desde então, os resorts all-inclusive desfrutaram de um boom pós-pandemia na demanda dos turistas e não está claro por quanto tempo essas viagens de vingança vão durar. A administração da companhia disse que deseja vender dois ativos hoteleiros antes de junho, como parte de um plano mais amplo de diminuição dos bens da empresa. A meta é vender cerca de US$ 2 bilhões em propriedades. Se essas vendas ocorrerem cedo e atingirem preços altos, podem impulsionar o lucro líquido da rede este ano. “A empresa está bem posicionada para a demanda de grupos e convenções, apesar de problemas de curto prazo nas viagens internacionais”, disse Katz.

Katz previu, também, que a Choice Hotels enfrentaria desafios este ano ao buscar uma fusão com a Wyndham. “A falta de apoio de seus franqueados apresenta riscos significativos para os negócios”, escreveu o especialista. Ele destacou uma pesquisa de franqueados pela maior associação de proprietários das duas empresas. A pesquisa encontrou forte oposição.

“Uma aquisição da Wyndham não é consistente com a direção estratégica declarada da Choice de crescer nos segmentos de mercado mais caros, incluindo sua aquisição da Radisson em 2022 e o desenvolvimento da marca Cambria”, afirma Katz. Se um acordo for concluído, Katz previu que “a entidade combinada teria uma presença desproporcional nos segmentos de economia e médio porte [mais de 50% cada], o que deve levar a uma investigação antitruste prolongada”, complementa.

“Por outro lado, a Wyndham continua a aprimorar a qualidade de seus sistemas e constrói um forte pipeline e crescimento de unidades por meio de novas ofertas”, escreveu Katz. “A bandeira ECHO Suites marca sua entrada mais recente no segmento de extended stays, que está atualmente subatendido, e tem altas oportunidades de crescimento”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Wyndham

(**) Crédito da foto: Reprodução/Skift