Abrindo o terceiro dia de conteúdos da WTM-LA, o painel “Como destinos brasileiros querem atrair o viajante responsável” traz como tema principal ações sustentáveis no setor. Com a chegada da pandemia, gestores de turismo passaram a olhar o assunto com mais sensibilidade, prezando por receber pessoas que respeitem o meio ambiente, a cultura e os protocolos designados.

Para debater o tema, foram convidados Bruno Wendling, diretor presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul; Paulo Angeli, secretário de Turismo de Foz do Iguaçu; e Leonardo Seabra, head of Intelligence da Emprotur. Os gestores revelaram projetos, ações e iniciativas voltadas para a sustentabilidade em seus destinos e os principais desafios de manter uma administração respeitosa com o turista, a comunidade local e o meio ambiente.

Em Foz do Iguaçu, Angeli explica que o destino tantas vezes premiado busca uma gestão integrada com atores públicos e privados para a captação de recursos e inovação. “Não existe projeto em Foz do Iguaçu que não tenha uma visão turística e não existe a possibilidade de trazer empresas que não tenham responsabilidade ambiental e social. Estamos falando apenas com empresários que tenham aderência com o turismo responsável”, conta. “Também promovemos ações voltadas para a população com guias e motoristas de turismo para que a comunidade local conheça os atrativos, criando um sentimento de pertencimento”, acrescenta.

Seabra afirma que a pandemia acelerou algumas iniciativas no Rio Grande do Norte, impulsionadas por uma mudança de mentalidade e um novo modelo de gestão do setor. “Governança é um dos maiores desafios do turismo. Temos iniciativas do terceiro setor, empresariado e instâncias governamentais. Trabalhamos muito as capacitações, mas ainda estamos na infância do tema para atender as expectativas. A sustentabilidade está relacionada à qualidade do serviço que gera retorno ao ambiente e qualifica o produto”.

No Mato Grosso do Sul, especificamente em Pantanal e Bonito, a comunidade é ativamente participativa na sustentabilidade dos destinos. “No Pantanal, o próprio pantaneiro é responsável pela preservação da natureza e do bioma, convivendo com atividades como o agronegócio. Já Bonito tem em seu DNA a organização que passa pela comunidade, visto que os empreendedores são locais e 60% dos empregos vêm do turismo. A governança é fundamental para organizar a demanda, focar no mercado e na comunidade”, diz Wendling.

WTM-LA - turista responsavel

             Gestores de turismo compartilharam as ações em seus destinos

WTM-LA: turista responsável

E para atrair turistas conscientes, o estado do Centro-Oeste brasileiro lançou campanhas como a “Vem, mas vem de máscara”, que busca sensibilizar os visitantes quanto aos protocolos sanitários vigentes. “Foi muito legal e teve uma boa adesão. Comunicamos aos turistas que a responsabilidade vem na bagagem junto com ele e agora vamos focar em campanhas mais conceituais”, conta Wendling.

Localizado em uma tríplice fronteira, Foz do Iguaçu busca compartilhar informações e discutir ações com seus vizinhos, Argentina e Paraguai. “Buscamos basear a nossa comunicação em nossos atrativos, que em sua maioria são ao ar livre. Apesar das fronteiras com a Argentina estarem fechadas, temos um conselho trinacional onde as instituições se reúnem regularmente para discutir ações e protocolos”, revela Angeli.

Para finalizar o painel da WTM-LA, Seabra reforça que certificações, como o Safe Travels, da WTTC, são compromissos de responsabilidade firmados pelos destinos e não apenas para atrair turistas. “As certificações são comprometimentos com o que está sendo proposto. Quando você assina, cresce o seu compromisso. Nossa preocupação foi desenvolver um programa de turismo mais protegido, dando um passo a mais com capacitações e implantação de protocolos”.

(*) Crédito da capa: Pixabay

(**) Crédito da foto: reprodução da internet