De acordo com levantamento divulgado pela Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), o segmento teve receita de R$ 1,28 bilhão em março, superando o mês anterior e ficando 44% acima do mesmo período de 2019, reafirmando a perspectiva de recuperação prevista para este ano.

“O resultado é extraordinário e mostra a retomada firme e forte do setor em 2023”, afirma Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp. A entidade aponta que o faturamento do período deveu-se ao bom desempenho do segmento de serviços aéreos, que teve receita de R$ 820 milhões, 42% acima de março de 2019. Além disso, eles foram responsáveis por 64% do volume dos 11 setores analisados.

Neste cenário, um dos destaques foi o aéreo doméstico, que ficou apenas 12% abaixo em bilhetes emitidos frente ao terceiro mês do ano pré-pandemia. “Para termos uma ideia, nenhum mês de 2019 registrou um volume tão representativo assim. Todos esses indicadores mostram que o mercado está aquecido, não só com as tradicionais viagens corporativas, mas também com os eventos que retornam em alta velocidade”, completa Tanabe.

“Isso tudo gera uma boa expectativa para a cadeia de viagens, lembrando sempre da necessidade do mix entre as demandas corporativa e de lazer, já que ambas não sobrevivem isoladamente”, acrescenta.

Hotelaria

O setor hoteleiro também se destacou no mês, com faturamento de R$ 323 milhões, 48% superior ao registrado em março de 2019. Além disso, o volume de transações aumentou 20%. Entre as principais redes, a Accor responde pela maior fatia da receita, com 36%.

No ano passado, as viagens corporativas já registravam tendência de recuperação, com faturamento de R$ 11,2 bilhões, recuo de apenas 1,62% quando comparado à performance de 2019 (R$ 11,3 bilhões). No consolidado do ano, os maiores destaques da mesma base comparativa foram locação de veículos, com alta de 83%, e transporte rodoviário, que cresceu 117%.

Em março, a locação manteve o fluxo crescente, com incremento de 16% em diárias e 29% em receita. O segmento rodoviário também continua em curva ascendente (514%), sendo a maior variação entre os setores analisados.

Os pacotes de viagens/lazer, por sua vez, faturaram R$ 24 milhões, 118% superior a março de 2019. “Esse é um ótimo sinal, pois o segmento está atrelado à realização de eventos corporativos, feiras, congressos e convenções, que estavam represados e estão retornando paulatinamente”, ressalta Tanabe.

NDC na pauta

Além disso, o ano começou colocando em pauta discussões sobre o NDC (New Distribution Capability), que a IATA (International Air Transport Association) define como um programa lançado para fomentar o desenvolvimento e adoção, no mercado, de um novo padrão de transmissão de dados.

“A Abracorp vê que essa capacidade de comunicação entre companhias aéreas e agentes de viagens está muito aquém do esperado para uma relação de uma transação seamless, como as aéreas costumam dizer. De maneira resumida, trata-se de uma forma de distribuição para a companhia aérea, na qual ela detém controle total sobre o conteúdo e o processo de distribuição. Portanto, virá dela o que, por quanto, quando e para quem distribuir”, finaliza Tanabe.

(*) Crédito da capa: Unsplash