Com o melhor mês de janeiro desde 2015 e ritmo de expansão consolidado no primeiro bimestre, o turismo nacional registrou ganho de R$ 8,2 bilhões nos três primeiros meses de 2023. Segundo dados do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o crescimento foi de 25,4% frente ao mesmo período em 2022.

O destaque dos resultados vai para março, período em que o turismo foi beneficiado por eventos e grandes shows. O setor teve sua melhor performance para o mês desde 2015 — totalizando R$ 18,5 bilhões, o que representa alta de 14,6% no comparativo anual.

A maior variação foi vista no setor de transporte aéreo, 29,8% no contraponto anual. O faturamento alcançou pouco mais de R$ 6 bilhões, o mais alto para o mês da série histórica, iniciada em 2011.

De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o número de passageiros transportados no terceiro mês do ano aumentou 15,5%. Esses viajantes pagam, em média, 50% a mais para viajar quando comparado aos valores praticados há um ano, situação que contribuiu para a elevação do faturamento.

No período, a segunda variação mais expressiva foi a de transporte aquaviário, que aumentou 17,6%. Contudo, o faturamento foi de apenas R$ 52 milhões, o que gera efeito nulo para o desempenho total. Apesar disso, é clara a solidez do crescimento do segmento.

Além disso, nota-se que há espaço para investimentos dos empresários, seja no transporte de pessoas, seja no turismo náutico, revela a FecomercioSP. Transporte terrestre também apresentou alta relevante: 8,7%, registrando faturamento de R$ 3,1 bilhões, o maior para o mês da série histórica.

De acordo com a FecomercioSP, além da recuperação da demanda no pós-pandemia, há um grupo maior de consumidores que utilizam ônibus nas viagens, frente ao elevado preço das passagens aéreas. O setor de serviços de alojamento e alimentação avançou 9,5% em março, registrando R$ 5,1 bilhões. O grupo de aluguel de veículos, agências e operadoras de turismo apontou crescimento anual de 8,2% e faturou R$ 2,9 bilhões no mês.

Expectativas

A FecomercioSP destaca que a desaceleração na variação geral do turismo nacional é natural e não deve ser entendida como uma contenção no setor, uma vez que as comparações têm bases elevadas.

Para avançar mais, será necessária uma conjuntura econômica mais favorável. As famílias têm recuperado as condições econômicas, graças a uma inflação mais amena e um mercado de trabalho mais aquecido, permitindo a expansão de gastos com viagens.

Por parte das empresas, também em decorrência de uma inflação mais estável, há mais investimentos em viagens corporativas e eventos. O problema está na taxa de juros no País, que freia consumo e investimentos. A expectativa é que o Banco Central reduza a Selic no fim do ano, por isso, a tendência é que os efeitos dessa decisão sejam sentidos somente em 2024, afirma a Federação.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Prefeitura de Recife