Após registrar o melhor mês de janeiro desde 2015, o turismo nacional consolida seu bom momento em fevereiro, quando faturou R$ 16,6 bilhões. O resultado representa incremento de 18,8% frente ao mesmo período em 2022. O ganho em receita no primeiro bimestre foi de R$ 5,8 bilhões, segundo dados do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

Os dados são baseados em informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o turismo nacional foi impulsionado, novamente, pelo transporte aéreo, que obteve elevação anual de 39,7%.

A tendência é que o ritmo das variações se arrefeça, não por uma demanda mais fraca, mas pela acomodação dos preços das passagens — que, no primeiro trimestre, apresentou deflação 14,6%, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

“A tendência é favorável para o turismo, seja de lazer, seja de negócios, cenário que tem proporcionado uma recuperação financeira aos empresários do setor, que conseguem olhar um horizonte positivo. Consequentemente, há espaço para a ampliação da capacidade de investimento e contratações”, afirma Marco Ferraz, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

Outros grupos

Já o grupo de hospedagem e alimentação apontou alta expressiva de 18,2% e faturamento de R$ 4,9 bilhões. De acordo com dados do FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), a tarifa média dos hotéis, no Brasil, subiu 40% em um ano. Ao mesmo tempo, houve um crescimento na taxa de ocupação. Diante da demanda aquecida, os empresários têm conseguido sustentar uma tarifa mais alta e, consequentemente, arcar com o aumento dos custos operacionais.

Outra alta importante foi registrada no transporte terrestre (ônibus intermunicipal, interestadual e internacional): 7,9% no contraponto anual, com faturamento de R$ 2,6 bilhões, maior nível para o mês desde 2014. Em fevereiro, período de alta temporada e carnaval, muitos consumidores substituíram o translado de avião pelo de ônibus, em razão dos preços das passagens. Seguindo essa tendência de substituição, abre-se um leque de oportunidade para os destinos de curta e média distâncias.

O grupo de locação de veículos, agência de turismo, operadoras e outros serviços registrou crescimento anual de 5%. As atividades culturais, recreativas e esportivas apontaram ganho de 3,9%, na mesma base comparativa. O faturamento foi de R$ 1,1 bilhão. Dentre os setores pesquisados, estão parques aquáticos, shows musicais, colônia de férias, entre outros.

Por fim, o transporte aquaviário apontou elevação anual de 11,1%, faturando R$ 47,9 milhões. O segmento, apesar de relativamente pequeno, tem enorme potencial de crescimento, em decorrência do tamanho da costa litorânea brasileira e da demanda por barcos e balsas para deslocamentos na região.

De acordo com a FecomercioSP, os dados de fevereiro indicam que o setor continua aquecido e em rota de expansão. É importante destacar que o turismo corporativo tem se mostrado um grande motor da economia nacional, principalmente neste ano, com a volta dos eventos e das feiras.

(*) Crédito da foto: thatagr82/Pixabay