Catarinense morando em Curitiba há 25 anos, Carlo Pereira é um viajante de carteirinha, que aprecia passar seu tempo livre ao lado da família. Praticante de jiu-jitsu e ciclismo, o diretor de TI (Tecnologia da Informação) da Atrio Hotel Management é especializado em planejamento estratégico com uma carreira pautada em empresas de médio e grande porte.

Aos 49 anos, Pereira atua há 16 na indústria hoteleira. O executivo tem amplo domínio das áreas de infraestrutura, sistemas e telecomunicações. Bacharel em Informática, o diretor da Atrio é pós-graduado em Redes de Computadores, com MBA em Gestão Estratégia da Tecnologia da Informação pela FGV (Fundação Getulio Vargas), além de possuir certificado em Gestão de Projetos pelo Project Management Institute.

Com uma trajetória profissional que já soma 25 anos, Pereira tem passagem pela multinacional norte-americana Xerox. Já no setor hoteleiro, o executivo vem liderando o desenvolvimento digital da Atrio, sendo o responsável por melhorias de processos e implantações de soluções automatizadas.

Três perguntas: Carlo Pereira

Hotelier News: Nos últimos anos, a Atrio vem percorrendo uma trajetória de desenvolvimento e maturidade digital. Como foi a construção desse caminho? De que forma a empresa mapeou suas prioridades?

Carlo Pereira: Antes de tudo, é preciso assumir a importância do forte apoio do nosso CEO, Beto Caputo. Ele é o grande provocador e motivador na busca constante do caminho da transformação digital. Além disso, destaco alguns elementos-chaves que nos ajudam nessa trajetória.

A decisão estratégica da companhia veio para melhorar processos (administrativos, operações e vendas). Temos um objetivo declarado com metas e iniciativas, sabemos o que fazer e como fazer. E a digitalização é um meio para alcançar tais melhorias.

Outro ponto é o domínio das áreas sobre os processos a ponto de criticá-los e propor o aprimoramento. Temos ainda um time multifuncional na execução dos projetos, users-keys que conhecem as regras de negócio alinhados com uma equipe de tecnologia. Parece óbvio, mas vejo muitas companhias depositando exclusivamente no departamento de TI a busca da solução.

Um dos projetos de destaque previsto para 2023, e que tem relação direta com o objetivo estratégico de melhoria de processos, é a substituição do nosso sistema de backoffice. Já assinamos um projeto piloto com um grande player do nosso mercado. Ainda que tenhamos processos a serem melhorados, a área de backoffice da Atrio é certamente um dos pontos fortes da nossa administração.

HN: Inovação e digitalização são as frentes de investimento da Atrio. Como ambas se complementam? Alguma possui peso maior na operação e rentabilidade?

CP: Somos prestadores de serviço e toda iniciativa que melhore a entrega do serviço com qualidade e agilidade tem impacto direto na operação e na receita, evidentemente. Enquanto a inovação busca rever e modernizar o processo, a digitalização prevê a aplicação de tecnologia com o objetivo de aumentar a produtividade nas áreas. Nesse sentido, estamos atuando em ambas as frentes.

Em julho deste ano, digitalizamos o processo de acompanhamento operacional dos hotéis por meio de um aplicativo. Criamos um fluxo de visita operacional como forma de desenvolver um plano de ação e rastreamento das tratativas (alertas por e-mail) e eliminamos as planilhas. Um projeto relativamente simples e que teve alto impacto na operação.

Assim como a melhoria de processos e a digitalização são um objetivo estratégico na Atrio, a inovação também é. Criamos também o projeto Hosptech, sob a responsabilidade nosso vice-presidente de Operações, Paulo Mélega. A ideia é pensar hotelaria “fora da caixinha” e, citando o Mélega, “a ideia não é reformar o Monza, mas inventar o Tesla”.

Obviamente não é simples, requer repensar como fazemos, testar, errar e tentar novamente até acertar. Será um grande laboratório. Montamos um comitê com Operações e TI e devemos ter ainda um coordenador fora do mercado hoteleiro.

HN: Entre as soluções implementadas, qual você destacaria como a mais significativa? De que forma a maturidade digital vem refletindo nos resultados e satisfação do hóspede?

CP: Recentemente, aperfeiçoamos nosso sistema de Wi-fi. Passamos da fase de identificar os pontos de sombra, trocar antenas (access points) e aumentar o link de internet. Este ano, implementamos em nossas unidades o monitoramento assistido, ou seja, sabemos em tempo real quando um equipamento está fora do ar, e assim conseguimos antecipar as ações de correção. O impacto foi imediato, pois as avaliações de nossos hóspedes não só tiveram aumento na aferição da nota, como também se mantiveram estáveis no topo.

Outro destaque é o projeto PMS Opera Cloud e plataforma de pagamentos Adyen. Certamente, a plataforma cloud é um dos alicerces para a transformação digital. Em setembro, iniciamos a nossa jornada de upgrade do nosso PMS Opera em ambiente cloud e, já na primeira unidade, colocamos em produção de forma pioneira a solução de pagamentos da holandesa Adyen.

Entregamos ao nosso cliente uma plataforma de pagamento confiável, ágil, sem a necessidade de contato ou acesso a dados sensíveis e sem erros. Para o hotel, geramos benefícios como: dados de cartão integrados, evitando assim erros manuais de lançamento, além de unificar o número da reserva e o pagamento.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Atrio Hotel Management